Metodologias Ativas de Aprendizagem

Metodologias Ativas de Aprendizagem: o que são e como aplicá-las

O advento da informatização provocou diversas mudanças na maneira como interagimos com o mundo, alterando aspectos como relações políticas, econômicas e sociais. Como parte essencial para o funcionamento da sociedade, a educação também apresentou grande evolução, principalmente com a utilização das metodologias ativas de aprendizagem.

Desse modo, depois de anos e até mesmo séculos de ensino estagnado, presenciamos investimentos nas formas de aprendizado que têm gerado vários impactos positivos, não somente para os discentes, mas também para os docentes.

Neste artigo, vamos explicar qual é a importância das metodologias ativas e como elas funcionam, demonstrando também suas consequências que podem ajudar na evolução de uma Instituição de Ensino. Acompanhe!

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O que são as metodologias ativas?

O modelo mais conhecido e praticado nas instituições de ensino é aquele em que o aluno acompanha a matéria lecionada pelo professor por meio de aulas expositivas, com aplicação de avaliações e trabalhos. Esse método é conhecido como passivo, pois o docente é o protagonista da educação.

Na metodologia ativa, o aluno é personagem principal e o maior responsável pelo processo de aprendizado. O objetivo desse modelo de ensino é incentivar que a comunidade acadêmica desenvolva a capacidade de absorção de conteúdos de maneira autônoma e participativa.

Leia mais: Qual é o papel do professor nas metodologias ativas?

Como os alunos geralmente aprendem?

Por meio de vários estudos feitos na área, chegou-se à conclusão de que, entre os meios utilizados para adquirir conhecimento, há alguns cujo processo de assimilação ocorre mais facilmente. Desse modo, temos como referência uma teoria do psiquiatra americano William Glasser para explicar como as pessoas geralmente aprendem e qual é a eficiência dos métodos nesse processo.

piramide do aprendizado

Pirâmide da aprendizagem de William Glasser

De acordo com essa teoria, os alunos aprendem cerca de:

  • 10% lendo;
  • 20% escrevendo;
  • 50% observando e escutando;
  • 70% discutindo com outras pessoas;
  • 80% praticando;
  • 95% ensinando.

É possível observar, então, que os métodos mais eficientes estão inseridos na metodologia ativa.

Baixe o Mapa Conceitual da Metodologia Ativa para o melhor entendimento das Metodologias Ativas.

mapa de metodologias ativas

Como a sala de aula invertida apoia as práticas pedagógicas para uma aprendizagem ativa?

Pode-se destacar a “sala de aula invertida” — em inglês, flipped classroom — como um método ativo bastante atual e que, inclusive, pode ser o que dominará em um futuro próximo. Esse método tem como objetivo substituir a maioria das aulas expositivas por conteúdos virtuais.

Nesse modelo, o aluno tem acesso aos conteúdos on-line, para que o tempo em sala seja otimizado. Isso faz com que ele chegue com um conhecimento prévio e apenas tire dúvidas com os professores e interaja com os colegas para fazer projetos, resolver problemas ou analisar estudos de caso. Tal fato incentiva o interesse das turmas nas aulas, fazendo com que a classe se torne mais participativa.

Os discentes se beneficiam em função do melhor planejamento de aula e da utilização de recursos variados, como vídeos, imagens e textos nos mais diversos formatos — afinal, cada um tem um jeito de aprender. Dessa forma, é possível melhorar a concentração e a dedicação dos alunos também nos encontros presenciais, sem que os professores se desgastem.

Leia mais: Sala de Aula Invertida: entenda o que é e conheça 4 benefícios

O que é o ensino híbrido?

O ensino híbrido (blended learning, em inglês) combina atividades com e sem o professor, com o uso de tecnologia. Dessa forma, possibilita que o aluno estude sozinho, com o apoio da internet, e em sala de aula, seja em grupo, seja com o professor.

O ensino híbrido abre um espaço para o pensamento crítico, afinal, os estudantes têm a oportunidade de compreender os assuntos de maneira mais aprofundada e levar questões e curiosidades para os encontros presenciais.

Leia Mais: O que é e como aplicar o ensino híbrido?

Quais são as práticas de ensino-aprendizagem mais comuns nas metodologias ativas de aprendizagem?

Além das maneiras tradicionais supracitadas, podemos destacar algumas práticas que já são desenvolvidas em muitas instituições de ensino. Acompanhe!

Aprendizagem baseada em projetos

A aprendizagem baseada em projetos (ABP) ― em inglês, project based learning (PBL) ― tem por objetivo fazer com que os alunos adquiram conhecimento por meio da solução colaborativa de desafios.

Sendo assim, o aluno precisa se esforçar para explorar as soluções possíveis dentro de um contexto específico ― seja utilizando a tecnologia, seja pelos diversos recursos disponíveis ―, o que incentiva a capacidade de desenvolver um perfil investigativo e crítico perante alguma situação.

Além disso, o professor não deve expor toda metodologia a ser trabalhada, a fim de que os alunos busquem os conhecimentos por si mesmos. É necessário, porém, que o educador dê feedbacks nos projetos e mostre quais foram os erros e acertos.

Leia mais: Aprendizagem baseada em projetos

Aprendizagem baseada em problemas

O método da Aprendizagem Baseada em Problemas tem como propósito tornar o aluno capaz de construir o aprendizado conceitual, procedimental e atitudinal por meio de problemas propostos. Isso o expõe a situações motivadoras e o prepara para o mundo do trabalho.

Enquanto a aprendizagem baseada em projetos exige que os alunos coloquem a “mão na massa”, a Aprendizagem Baseada em Problemas é focada na parte teórica da resolução de casos.

Estudo de Caso

A prática pedagógica de Estudo de Casos tem origem no método de Aprendizagem Baseada em Problemas.

O Estudo de Caso oferece aos estudantes a oportunidade de direcionar sua própria aprendizagem, enquanto exploram seus conhecimentos em situações relativamente complexas.

São relatos de situações do mundo real, apresentadas aos estudantes com a finalidade de ensiná-los, preparando-os para a resolução de problemas reais.

Aprendizagem entre Pares ou Times

A Aprendizagem entre Pares e Times ― em inglês, Peer Instruction (PI) ou Team Based Learning (TBL) –, como o próprio nome revela, é a formação de equipes dentro de determinada turma para que o aprendizado seja feito em conjunto e haja compartilhamento de ideias.

Seja em um estudo de caso, seja em um projeto, é possível que os alunos resolvam os desafios e trabalhem juntos ― o que pode ser benéfico na busca pelo conhecimento. Com a ajuda mútua, é possível aprender e ensinar ao mesmo tempo, formando o pensamento crítico, que é construído por meio de discussões embasadas e levando em consideração opiniões divergentes.

Leia mais: O que é Peer Instruction e quais seus benefícios para a aprendizagem?

Gamificação

Utilizada em vários contextos de aprendizagem, a gamificação atrai crianças, jovens e adultos. O objetivo é envolver os alunos para inspirá-los, bem como incentivar a colaboração, a interação e o compartilhamento por meio dos elementos e princípios dos jogos.

Especialmente na chamada Educação 4.0, um trunfo para a gamificação é o apoio dos recursos digitais, mas a estratégia pode ter sucesso com pouca ou nenhuma tecnologia. Confira alguns exemplos a seguir.

  • Uso de aplicativos e jogos de computador: um sem-número de aplicações estão à disposição para que os professores explorem os conteúdos das disciplinas. Com versões gratuitas e pagas, é possível utilizá-las em todas as faixas etárias. Dois ótimos exemplos são o Minecraft Education, que reúne códigos de programação a diferentes situações, e o Read Along, do Google, que incentiva as crianças a lerem com o auxílio do comando de voz.
  • Plataformas de ensino: as plataformas de ensino podem oferecer inúmeros recursos de jogos, que permitem criar um caminho de aprendizagem divertido, como a criação de missões, quizzes, estudos divididos em etapas e até premiações.
  • Recursos artesanais: os professores podem adaptar o contexto dos jogos eletrônicos à sala de aula com os recursos disponíveis. Dividir os alunos em grupos como em um jogo de RPG, criar avatares e personagens, e fazer disputas entre times são algumas maneiras criativas de inserir a gamificação sem aparatos eletrônicos.

Leia mais: Gamificação na educação: tudo o que você precisa saber

Como incluir a cultura das metodologias ativas na escola?

Transformar a cultura educacional não é uma tarefa fácil, especialmente quando falamos na quebra de paradigmas arraigados tanto na comunidade educativa quanto nas famílias, por exemplo. Para isso, é preciso construir uma boa estratégia. Veja, agora, algumas ações.

Investir em recursos e materiais

Embarcar nessa revolução e abraçar as tendências advindas da transformação digital implica que a escola se organize para a aquisição de recursos tecnológicos. O orçamento deve incluir serviços de assinatura (streaming, plataformas, aplicativos), equipamentos e pacotes de serviços pedagógicos, como Robótica e Programação Educacional, bem como infraestrutura física.

Realizar capacitação profissional para a nova dinâmica da escola

Sabemos que nem todos os professores se sentem seguros em embarcar nesse novo paradigma de sala de aula, tampouco estão familiarizados com o uso das tecnologias. Logo, a capacitação profissional e o acompanhamento constante dos profissionais são fundamentais para evitar ruídos importantes que prejudiquem a dinâmica esperada nas metodologias e, ainda, acabem desmotivando membros do corpo docente.

Incluir as famílias no processo

É importante que os responsáveis pelos estudantes compreendam os objetivos das metodologias ativas e aprendam a lidar com os recursos tecnológicos disponíveis. Isso é essencial para que seja mantida a sinergia entre a família e a escola, visando a um diálogo transparente e positivo diante das novas necessidades que o projeto educacional vai impôr.

Assim como a capacitação do corpo docente, investir em uma boa comunicação interna e na divulgação das atividades, bem como ter a presença dos familiares em algumas delas, auxiliará no engajamento com as propostas da escola.

Apostar no relacionamento professor-aluno

Horizontalizar a comunicação professor-aluno e investir na promoção de habilidades socioemocionais facilita que os docentes administrem melhor o relacionamento com os alunos e, com isso, seja criado um ambiente de aprendizagem empático.

Isso inclui, por exemplo, programas de capacitação docente com foco em liderança, personalização do ensino e métodos de avaliação do processo de aprendizagem mais personalizados.

Leia mais: 6 casos de sucesso em metodologias ativas de aprendizagem

Quais são os benefícios das metodologias ativas?

Por fim, é possível destacar a existência de vários benefícios tanto para a comunidade acadêmica quanto para a instituição de ensino com a utilização das metodologias ativas. Entre os benefícios para os alunos, vale destacar:

  • adquirir mais autonomia;
  • desenvolver confiança;
  • enxergar o aprendizado como algo tranquilo;
  • tornarem-se aptos a resolver problemas;
  • tornarem-se profissionais mais qualificados e valorizados;
  • tornarem-se protagonistas do seu aprendizado.

Para a instituição de ensino, os ganhos se mostram principalmente com:

  • mais satisfação dos alunos com o ambiente da sala de aula;
  • melhora da percepção dos alunos em relação à instituição;
  • aumento do reconhecimento no mercado;
  • aumento da atração, captação e retenção de alunos.

A aplicação de metodologias ativas de aprendizagem tem um papel importante para a educação, especialmente no Brasil, onde o setor necessita de transformações substanciais.

É preciso investir não somente em bons conteúdos, mas se faz necessário ter consciência de que aprimorar os procedimentos usados para educar é algo extremamente relevante. Isso acontece porque deve-se procurar, na Educação, o rompimento de barreiras e a eliminação de distâncias.

Agora que você já sabe o que são metodologias ativas de aprendizagem, lembre-se que a implantação de novas tecnologias exige a adoção de um sistema de inteligência educacional robusto, como é o Lyceum. Dessa forma, sua escola será capaz de integrar as informações acadêmicas por meio de plataformas amigáveis, a fim de facilitar o acompanhamento da rotina da comunidade educativa e, com isso, impulsionar o desempenho global.

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