Como motivar os alunos e melhorar o processo de aprendizagem?
Prender a atenção de crianças e adolescentes em sala de aula e conseguir estimulá-los a estudar nunca foi um desafio tão grande como hoje. Uma das principais razões é a presença contínua da tecnologia, que trouxe muitos benefícios para o ensino, mas também se tornou uma enorme concorrente dos professores. Então, como motivar os alunos ao estudo, uma vez que já entram na escola trazendo um turbilhão de informações nas palmas das mãos, por meio de seus smartphones?
Embora o ciclo motivacional seja interno, baseado na satisfação de um conjunto de necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de autoestima e de autorrealização, como afirma a famosa Teoria de Maslow, neste caso vamos entender o verbo “motivar” no sentido de estimular os alunos a gostarem de estudar e verem a importância de aprender tantos conteúdos diferentes.
Para tanto, o processo de ensino-aprendizagem deve fomentar ações transformadoras. Isso significa desenhar um novo modelo de sala de aula, utilizar tecnologia, medir o desempenho e entender qual é o perfil de cada estudante. Essa é uma força-tarefa que deve contar com o apoio de diretores, coordenadores, professores e família.
Pensando nisso, redigimos este post com algumas medidas para estimular seus alunos à motivação de estudar. Acompanhe as próximas linhas.
Tenha foco no processo de aprendizagem, não apenas no resultado
Embora o ser humano seja constantemente testado a atingir os melhores resultados nos estudos, no trabalho e até mesmo no lazer, e a cobrança para vencer seja ininterrupta em nossa sociedade, a escola que valoriza unicamente o resultado corre o risco de desvalorizar a criatividade e o esforço dos alunos.
Nesse sentido, o conceito de avaliação classificatória cai por terra. Se uma escola deseja que seus alunos se sintam motivados, o trabalho pedagógico deve necessariamente ser focado no caminho percorrido para a construção do conhecimento. O objetivo é que aluno e o professor consigam identificar os pontos altos e as dificuldades, e que ambos percebam o progresso no aprendizado, que culminará com um bom desempenho.
Ao focar no processo de ensino-aprendizagem, além de serem estimulados, os alunos conseguirão ter uma noção muito mais clara de como estão reagindo aos conteúdos abordados e em que pontos precisam melhorar.
Descubra quais são os maiores interesses dos alunos
Para que os professores consigam maior aproveitamento em suas aulas, precisam conhecer qual é o perfil do aluno com o qual está lidando. Em qualquer grupo-classe há diferentes habilidades, interesses, temperamentos, objetivos, aptidões e dificuldades.
Por isso, é importante que a escola mantenha um diálogo aberto com os alunos, de maneira que os profissionais (professores e gestores) conheçam quais são os interesses e estilos de seus alunos, com o intuito de explorá-los durante as atividades pedagógicas.
Consequentemente, a sala de aula precisa se tornar um ambiente de diálogo que instigue o aluno à reflexão, tanto sobre si quanto do meio, de maneira que ele explore o autoconhecimento e una conhecimentos diversos. O professor também deixa o papel histórico de detentor do conhecimento e passa a ser um mediador do diálogo ao longo da jornada do aprendizado.
Adote metodologias ativas de aprendizagem
Uma das piores sensações em sala de aula é observar os ponteiros do relógio sobre a cabeça do professor e ver que o tempo parece estar parado. Nesse momento, a última coisa em que o aluno está pensando é nas explicações dadas.
Mas, para que esse quadro se inverta, as metodologias ativas de aprendizagem são cada vez mais exploradas. Hoje especialmente pautadas pelo uso de recursos tecnológicos, essas metodologias têm o objetivo de incentivar o protagonismo e a autonomia do aluno, tornando-o responsável pela construção do próprio conhecimento. Confira estes exemplos:
- gamificação: explora o conceito dos jogos (games, em inglês) para incentivar os alunos a vencer desafios e prosseguir rumo a estágios mais complexos. Ambientes virtuais de aprendizagem podem ajudar bastante;
- ensino híbrido: mescla o aprendizado online e offline. A partir de um ambiente de aprendizagem virtual, por exemplo, o aluno dá prosseguimento aos estudos da sala de aula cumprindo tarefas que complementarão as aulas presenciais;
- sala de aula invertida (flipped classroom): é uma consequência do ensino híbrido. O aluno pode ser solicitado a iniciar os estudos de forma autônoma em um ambiente virtual e, depois, levar para sala de aula os conhecimentos obtidos de forma que haja o prosseguimento das atividades, mediadas pelo professor;
- aprendizagem baseada em projetos: a partir de um desafio ou tema proposto, os alunos deverão iniciar uma jornada até chegar a uma solução real. Isso implicará divisão em grupos, pesquisas, exploração do ambiente escolar e atividades “mão na massa”. Um dos maiores exemplos é o movimento maker, que está em voga na cultura digital.
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Implemente ferramentas digitais
Já que os jovens estão completamente familiarizados com a tecnologia, a escola deve investir na inovação em sala de aula. O smartphone, que era inimigo dos professores, deve ser bem-vindo. E vale conhecer também os benefícios da chamada internet das coisas na educação e aulas de programação para desenvolver o raciocínio lógico.
Se possível, desenvolva um ambiente virtual de aprendizagem personalizado e com design responsivo, ou seja, que possa ser utilizado em todos os dispositivos digitais, permitindo que o aluno estude de onde estiver. Além disso, promova capacitações constantes para que o corpo docente também se familiarize com o uso dessas tecnologias e explore de maneira criativa todas as possibilidades (grupos em redes sociais, fóruns, blogs, apresentações em vídeo, chats etc.).
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Valorize uma respeitosa inter-relação aluno-professor
O professor deve ser uma referência positiva para o aluno em sala de aula. Dessa forma, a escola deve fomentar uma inter-relação de respeito, na qual o professor tenha respaldo da direção para que sua autoridade seja mantida, ao passo que o aluno também deve se sentir valorizado ao encontrar um espaço propício ao diálogo.
Embora cada professor tenha uma metodologia e perfil que devam ser respeitados na individualidade, a escola também precisa incentivar um ambiente que aproxime o aluno do docente, a fim de sua relação ser proveitosa para tornar o aprendizado leve e alegre.
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Estimule o fornecimento correto de feedbacks
Já que falamos em valorizar o processo de ensino-aprendizagem, em detrimento de considerar unicamente o resultado, a escola precisa ser sensível a uma cuidadosa análise dos comportamentos e atitudes dos alunos e como isso interfere em seu rendimento.
Assim, como nas empresas modernas, a cultura do feedback é importante para estabelecer uma relação horizontal entre as partes (no caso professor e aluno), para que juntas consigam arquitetar o melhor caminho para ampliar o desempenho em sala de aula. Ao fornecer feedbacks, o professor também deve estar aberto a ouvir as opiniões dos alunos, com o intuito de ampliar sua performance e, até mesmo, reconhecer equívocos que possam ter atrapalhado o processo até ali.
Saber como motivar os alunos ao estudo envolve compreender suas necessidades e desenvolver uma estratégia que vá ao encontro dos perfis individuais. Isso inclui renovar o projeto pedagógico, explorar diferentes técnicas de ensino, ter recursos digitais disponíveis. Porém, note que todos esses pontos têm em comum as relações humanas e a personalização do ensino.
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Se este post despertou seu interesse por um ensino mais dinâmico, agora é sua vez de nos contar o que você ou sua escola está fazendo para ampliar a motivação dos alunos. Deixe seu comentário aqui embaixo!