O que é ensino híbrido? Saiba como aplicá-lo
Depois do surgimento do ensino a distância, naturalmente começaram a aparecer comparações destacando as vantagens ou desvantagens entre essa modalidade e a educação presencial. Então, a alternativa do ensino híbrido apareceu como uma novidade muito interessante.
Combinar os benefícios de ambos os modelos foi uma grande oportunidade. Inclusive, a pandemia do coronavírus acabou acelerando a adoção das tecnologias educacionais, o que valorizou ainda mais o modelo híbrido.
Vamos descobrir mais detalhes desse assunto? Confira toda a leitura e descubra! Conversamos com Arapuan Motta Netto, reitor da UNISUAM, que contribuiu muito para o entendimento do tema.
O que é o ensino híbrido?
Híbrido quer dizer formado por elementos diferentes: um carro que funciona com motor de combustão ou elétrico, uma raça de animal que se deu pelo cruzamento de duas ou mais espécies, por exemplo. Essas são analogias que ajudam a entender o termo, mas, no mundo da educação, o ensino híbrido significa a combinação entre o ensino presencial e o virtual.
O avanço da tecnologia foi essencial para que tudo isso acontecesse. O desenvolvimento de novas ferramentas e metodologias deve ser usado a nosso favor, ainda que no início seja necessário viver um processo de adaptação.
Para Motta Netto, o modelo “alia teoria e prática de forma inteligente e possibilita não apenas o desenvolvimento do raciocínio, mas sua potencialização, tanto na absorção dos conteúdos como, principalmente, na futura expansão deles”. Assim, o aluno tem o apoio da tecnologia para estruturar suas ideias e dúvidas, além da facilidade para obter as respostas de que precisa.
Não por acaso, essa é uma das maiores tendências do século XXI no setor educacional. Unir o que existe de melhor em cada ambiente nada mais é do que potencializar a experiência educativa, oferecendo vantagens tanto para os professores como para os estudantes.
Como funciona?
Os cursos híbridos também são conhecidos como semipresenciais e já são bastante comuns no Ensino Superior. Em geral, a parte teórica das disciplinas é disponibilizada virtualmente, enquanto as aulas presenciais são destinadas às atividades práticas.
Contudo, cada instituição de ensino decide como estruturar as formações, sobretudo no que diz respeito ao equilíbrio entre presencial e virtual. Por exemplo, alguns cursos exigem maior número de horas práticas, sendo necessária a presença física do aluno por um tempo maior. Os métodos adotados, que você vai conhecer a seguir, também podem variar.
O mais importante é que exista o suporte das ferramentas tecnológicas para permitir essa ideia de aprendizado combinado. Nesse sentido, dois recursos essenciais são: o ambiente virtual de aprendizagem e o sistema de gestão acadêmica. O primeiro serve para disponibilizar o conteúdo pedagógico, e o segundo facilita a comunicação a distância, sem contar a parte administrativa.
Ainda de acordo com Motta Netto, na UNISUAM foi criado o MUDE (Modelo Único de Ensino da UNISUAM). “O MUDE consolida todas as vantagens do ensino híbrido, usando as tecnologias digitais para o compartilhamento do conteúdo, e solidifica esse aprendizado com a aplicação de problemas reais, em encontros presenciais e/ou virtuais, dependendo da modalidade de ensino escolhida. No MUDE, utilizamos as tecnologias digitais da melhor forma possível e aproximamos, desde os primeiros módulos, os nossos alunos do mercado de trabalho e seus desafios reais”, explica.
Quais são seus modelos?
O ensino híbrido apresenta diferentes modelos e cabe à instituição de ensino escolher quais serão implementados. Conheça um pouco sobre cada um deles.
Modelo por competências
O intuito aqui é promover não só o conhecimento ligado às disciplinas, mas a atitude do aluno e outras habilidades necessárias para o seu desenvolvimento profissional ou pessoal. Assim, existe um alinhamento e associação dos conhecimentos com a aplicação prática.
Sala de aula invertida
Essa é uma das táticas mais utilizadas no ensino híbrido e consiste em estudar a teoria no formato online antes da aula presencial. Então, o espaço da sala de aula é utilizado para debates, resolução de dúvidas e exercícios, entre outras atividades.
Rotação por estações
Nesse caso, os estudantes realizam diferentes atividades que representam cada estação dentro da sala de aula, mas que normalmente são ligadas a um tema central. Então, eles devem passar por todas elas para completar o aprendizado.
Laboratório rotacional
No laboratório rotacional, os alunos usam o espaço da sala de aula e de um laboratório que permita a realização das atividades online. A ideia é alternar entre os dois ambientes no tempo determinado pelo professor.
Rotação individual
Esse é um modelo semelhante ao de rotação por estações, com a diferença de que cada aluno tem uma lista das tarefas que deve cumprir. Essa é uma proposta mais personalizada, já que não é obrigatório que todos os estudantes passem por todas as estações, apenas aquelas que o professor julgou necessário e incluiu em seu roteiro de aprendizagem.
Quais os benefícios envolvidos?
Em primeiro lugar, podemos citar o fato de ser uma metodologia inovadora e que garante um aprendizado mais próximo do mundo real que vivemos hoje, pois oferece boas condições para que os alunos desenvolvam competências relevantes para o sucesso profissional.
Como essa é uma preocupação da UNISUAM, o reitor da universidade cita que suas pesquisas sobre o mercado de trabalho confirmam a importância de combinar teoria e prática para um desenvolvimento mais completo dos alunos.
Entre as principais vantagens do ensino híbrido, podemos citar a maior autonomia e flexibilidade para a rotina de estudos. A educação a distância permite que o aprendiz estude de qualquer lugar com acesso à internet, sem contar que os horários também podem ser adaptados de acordo com a sua realidade.
Assim, um pai de família tem a oportunidade de completar sua capacitação e cumprir outros compromissos, assim como um jovem estudante pode organizar sua agenda segundo os momentos de maior produtividade.
Por outro lado, os encontros presenciais não deixam de existir e todos os seus benefícios podem ser aproveitados, como a possibilidade de exercitar o relacionamento interpessoal e expandir o networking profissional.
Como aplicá-los?
O recurso principal para adoção do ensino híbrido é a tecnologia. Isso envolve o uso de ferramentas prontas e disponíveis no mercado (como Google Classroom, Hangouts, Google Drive, e-mail etc.), mas também o investimento em plataformas próprias para oferecer uma experiência personalizada de aprendizado e comunicação com a comunidade acadêmica.
É claro que a infraestrutura também é um ponto importante e os equipamentos são parte fundamental do processo. Um outro fator que nem todos consideram nesse contexto é a capacitação do corpo docente. Nesse novo modelo, o professor assume o papel de mediador para auxiliar na construção do conhecimento, que é realizada com o protagonismo do próprio estudante.
Como ressalta Arapuan, “para isso, é necessário pensar mudanças em vários níveis, tais como infraestrutura educacional, currículo, práticas de sala de aula, modos de avaliação”. Além disso, a formação continuada de professores é crucial para garantir a atualização constante, que não deixa de ser um aspecto que favorece a atração dos alunos.
Enfim, o processo de aplicação do ensino híbrido precisa ser feito com muito cuidado para que bons resultados sejam alcançados. Ter um plano estratégico é importante, assim como contar com recursos especializados que vão facilitar todas as suas atividades.
Sabia que o Lyceum pode ajudar você nessa missão? Para conhecer melhor nossas soluções e colocar esse modelo em prática na sua instituição de ensino, entre em contato conosco.