como criar ofertas de EAD

Como e por que criar ofertas de Ensino a Distância (EAD) para captar mais alunos?

O ensino a distância pode ser a solução que a sua instituição de ensino procura para captar mais alunos. A modalidade EAD é uma forma de atender às necessidades da nova sociedade, que, por conta dos desafios impostos pela pandemia global do novo coronavírus, precisou se adaptar aos serviços remotos e usar a tecnologia como forma de reinvenção das suas práticas.

A tecnologia permite a diminuição de gastos, ao mesmo tempo que em possibilita o acesso a um mercado maior, ampliando sua área de abrangência. Dessa forma, aumenta também a quantidade de alunos matriculados, de maneira que seu uso pode fazer com que os resultados sejam melhores, sem que isso represente perda de qualidade na educação.

É isso o que pretendemos mostrar a você neste artigo. Entenda como funciona essa modalidade e o que é necessário para que ela comece a dar bons resultados.

O EAD

O ensino a distância (EAD) é uma modalidade que possibilita ao aluno receber os mesmos benefícios da educação presencial sem que ele precise, necessariamente, ir à unidade de ensino para acompanhar as aulas.

Nela, o diferencial é poder usar a tecnologia para exercer esse papel, ou seja, de casa, o aluno pode ter acesso ao conteúdo do curso e a todas as atividades. Assim, define o ritmo de estudos que julgar mais adequado, inclusive em relação aos horários de estudos, de acordo com suas possibilidades.

Trata-se de uma modalidade que se expande cada vez mais no mundo todo. Assim, já se fala em Educação sem necessidade de especificar se é presencial, a distância ou híbrida. A mais popular, na verdade, é a modalidade híbrida, que mistura atividades presenciais e à distância.

Para a graduação e a pós-graduação é necessário seguir a regulamentação, mas há uma infinidade de cursos de aperfeiçoamento, de atualização tecnológica e de especialização que podem ser oferecidos sem necessidade do reconhecimento do MEC. Além disso, a modalidade pode ser uma boa alternativa para quem busca a educação continuada.

Se sua instituição ainda não utiliza essa estratégia, está mais do que na hora de começar a introduzir a modalidade EAD de ensino, porque ela tende a ser dominante no futuro próximo.

Regulamentação

A regulamentação para o ensino a distância passa por mudanças e atualizações, pois as tecnologias para esse tipo de aula são modernizadas, o que permite sempre melhorar a qualidade dos cursos.

Em dezembro de 2019, a Portaria 2.118/2019 alterou as regras para a carga horária de atividades a distância que podem ser feitas pelos cursos presenciais. Ela passou de 20% para 40% do total do tempo do curso que pode ser feito remotamente.

Porém, existem alguns pré-requisitos para que as instituições possam adotar essa flexibilização. É preciso ter:

  • metodologia consistente;
  • atividades de tutoria;
  • ambiente virtual de aprendizagem;
  • tecnologias de informação e comunicação.

Em 2020, o Ministério da Educação também criou medidas de facilitação para o ensino a distância, como forma de reduzir os danos provocados na educação por conta da pandemia do novo coronavírus. Com isso, mesmo os cursos presenciais podem adaptar o ensino para oferecer aulas remotamente.

Além disso, cabe ao Ministério da Educação (MEC) autorizar as instituições de ensino a oferecerem cursos nessa modalidade, independentemente da área, seja no ensino médio ou superior.

As mudanças permitem às instituições uma transição mais gradativa para a modalidade. Assim, é possível fazer testes e adaptar as formas de ensinar para conseguir sucesso na proposta.

O Decreto 9.057/2017

Para uma instituição de ensino disponibilizar ao aluno um curso a distância, é preciso, primeiramente, cumprir as exigências básicas do MEC. O Decreto 9.057/2017 serve como parâmetro principal para definir suas ações.

Nele, consta que:

  • é permitido às instituições de ensino superior (IES) fazerem o credenciamento para cursos de EAD sem que haja o credenciamento para os mesmos cursos presenciais, ou seja, sua unidade não precisa necessariamente oferecer um curso de História na modalidade presencial para ter um curso de História na modalidade EAD;
  • as IES públicas são automaticamente credenciadas para ofertar cursos de EAD, devendo se recredenciar em, no máximo, cinco anos após terem oferecido o primeiro curso;
  • esse credenciamento deve ser feito no MEC, que exige também que todas as instituições mantenham cursos de graduação em funcionamento, impedindo a oferta somente na modalidade de pós-graduação lato sensu.

O MEC disponibiliza uma lista com os Polos Credenciados para EAD. Para fazer parte deles, é preciso seguir os procedimentos listados abaixo.

Busca de autorização

Cabe à IES procurar o MEC a fim de cumprir com todas as exigências legais para obter a autorização para ofertar um curso a distância.

Universidades e centros universitários que têm autonomia não dependem dessa autorização, precisando somente informar à secretaria competente os cursos que oferecem para que possam ser supervisionados, avaliados e reconhecidos.

O processo é realizado de acordo com cada curso, sendo que, nos casos de Direito e da área médica, é preciso contar também com o aval do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e do Conselho Nacional de Saúde, respectivamente.

Você pode ofertar cursos sem passar por esse procedimento, entretanto, sem a autorização do MEC, eles serão considerados como cursos livres.

Validação do diploma

Quando o curso de graduação tiver completado 50% da carga horária, a IES deverá solicitar seu reconhecimento. Ele é condição para que os diplomas sejam certificados em âmbito nacional.

É sempre bom lembrar que os diplomas de EAD têm a mesma validade dos presenciais, não constando no documento qualquer diferenciação em relação a isso.

Ao término de cada ciclo avaliativo do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), será preciso renovar esse reconhecimento na secretaria competente.

Desafios na gestão do EAD

Com o percentual de matrículas crescendo mais que no ensino presencial, o EAD tem democratizado o acesso ao ensino superior no nosso país. Sendo assim, o caminho que o futuro apresenta é o da convergência desse modelo com o ensino presencial, muito em função da intensificação do uso de novas tecnologias no meio educacional.

Incorporar ferramentas digitais, migrando também os serviços administrativos para o virtual, é algo que pode elevar o padrão de qualidade e oferecer ganhos maiores às instituições de ensino.

Desafios também se apresentam na gestão do polo de apoio presencial, a unidade operacional para o desenvolvimento descentralizado das atividades pedagógicas e administrativas que dizem respeito aos cursos a distância.

Questões como infraestrutura física e logística de funcionamento precisam ser organizadas para garantir o melhor atendimento aos estudantes. Um polo precisa ter espaços para ensino, laboratórios de informática, biblioteca e recursos tecnológicos compatíveis com as necessidades dos cursos.

Por que criar ofertas de ensino a distância

O que faz com que a modalidade EAD seja muito competitiva é a economia e o ganho de escala que ela pode proporcionar. Como combina tecnologias convencionais com tecnologias modernas, o EAD dá condições para que o aluno estude fora do ambiente de sala de aula.

Esse tipo de ensino também permite a redução de gastos com energia elétrica, profissionais de segurança e limpeza e, principalmente, com horários de professores e plantonistas ao romper a limitação física de alunos que podem ser alocados em uma sala de aula. As estratégias podem ser feitas mesmo com uma equipe escolar pequena.

A questão é oferecer as condições necessárias para os alunos, de modo que o fato de eles não se encontrarem no mesmo lugar físico que o professor que ministra as aulas não represente uma perda de qualidade do curso.

Questões técnicas envolvidas

Para o aluno, é preciso estabelecer os requisitos mínimos de sistema para que as aulas fluam com qualidade. Sendo assim, a instituição pode determinar já no oferecimento do curso quais obrigações são essas.

Via de regra, é exigido somente um computador com configurações básicas e acesso à internet banda larga, bem como o entendimento mínimo de procedimentos como downloads e reprodução de vídeos on-line.

Além disso, é preciso que a instituição oriente a comunidade acadêmica em relação a programas específicos que podem ser exigidos ao longo do curso.

Precificação

Em média, os preços cobrados em cursos a distância são mais baixos do que nas modalidades presenciais, em função da economia nos gastos com a manutenção do ambiente escolar e do ganho de escala.

É com infraestrutura e horários de professores e plantonistas que a instituição de ensino obtém sua maior economia e, dessa forma, pode cobrar menos nas mensalidades.

Outro aspecto fundamental do EAD é o material didático, pois é preciso pensar também em soluções que envolvam as diferentes possibilidades de mídias presentes no processo, já que a relação entre educando e educador passa pela interação com essas mídias.

Nesse sentido, um exemplo de sucesso na elaboração de material didático é a Unicesumar, cujo material didático desenvolvido para o curso de Gastronomia EAD conquistou o primeiro lugar na categoria Material Didático On-Line no Prêmio ABED Belas Artes Design para EAD 2017.

Autonomia dos alunos

Um diferencial do EAD é a possibilidade de o aluno estudar de maneira flexível, ou seja, é ele quem determina o período em que vai aprender. Isso significa que a organização é muito mais individual, justamente pela liberdade que a modalidade oferece. Nesse caso, a instituição disponibiliza os conteúdos e programa as atividades para serem realizadas dentro de determinado prazo.

A entrada no curso pode ser feita via processo seletivo e as avaliações ficam a critério da organização. Em alguns casos, em que elas só podem ser realizadas presencialmente, cabe ao aluno ir até ao local indicado pela instituição para realizar os exames.

O futuro do EAD

A tendência é que, no futuro, a integração entre os modelos mais tradicionais e os de EAD seja cada vez maior, convergindo para o modelo híbrido de ensino, e isso diferencie instituições que investiram nessa alternativa de maneira estratégica.

Por isso, talvez a grande questão que envolva o EAD para gestores seja o entendimento dessa modalidade como uma oportunidade e um desafio. Oportunidade para fazer com que a instituição amplie seus resultados significativamente em função da adaptação a uma alternativa que muitas vezes não é bem vista por profissionais da educação.

Tendências para a educação a distância

A educação a distância apresenta um ótimo crescimento e procura pelos estudantes. De acordo com a ABMES, no ano de 2019 o número de novos alunos dos cursos na modalidade EAD foi superior ao de calouros do ensino presencial, com 52% do total. As mudanças no cenário social, político e econômico do mundo indicam que esse número deve crescer.

A associação ainda indica que o crescimento pode se dar por conta de uma dificuldade no acesso aos cursos presenciais, em decorrência do seu custo mais elevado e da dificuldade de conciliar os horários de estudos com as aulas presenciais. A expansão dessa forma de ensino é o que possibilita a muitas pessoas a realização do sonho do curso superior. Veja, a seguir, algumas tendências importantes.

Tecnologia multiplataforma

As instituições precisam ter uma preocupação especial com a forma de acesso aos seus conteúdos. As pessoas contam com muitos dispositivos capazes de acessar a internet e é importante que os conteúdos sejam programados para que sejam perfeitamente reproduzidos em qualquer aparelho.

Apesar de o ensino a distância representar uma redução de custos, é fundamental que exista investimento para que os softwares funcionem bem, sejam leves e de fácil acesso. É isso que garantirá uma boa experiência ao aluno e conquistará sua confiança.

Metodologias eficazes

Outro aspecto importante é a qualidade das aulas. Não basta disponibilizar textos e exercícios e ter um professor tutor. As aulas a distância precisam renovar sua metodologia, para que sejam eficazes e não existam prejuízos ao aprendizado do aluno.

Para isso, é preciso dispor de tecnologias mais inteligentes e humanizadas, além de contar com bons canais de comunicação. Os recursos precisam ser cuidadosamente analisados, para que sejam aprimorados constantemente.

Foco no público

Se, antes, o EAD era a escolha de adultos já inseridos no mercado de trabalho, o crescimento dessa modalidade de ensino tem se tornado atraente também para os mais jovens. Por esse motivo, a instituição precisa analisar seu público e compreender as características dele.

Definir uma persona é uma forma importante de melhorar a captação de alunos e de mantê-los motivados e satisfeitos ao longo do curso. Isso aumenta muito as chances de elaborar conteúdos que respeitem suas características e sua forma de aprender.

Melhor networking

Um dos motivos de resistência de algumas pessoas em relação ao EAD é sobre uma suposta falha no networking profissional. A rede de contatos que se constrói durante a graduação e a pós-graduação é muito importante para a inserção e o crescimento no mercado, bem como a descoberta de oportunidades para alavancar a carreira.

Para que isso não seja um problema, a conexão entre os alunos deve ser promovida pelas instituições. Se essa estratégia for bem realizada, é possível permitir o contato entre pessoas de diferentes localizações geográficas, o que torna a experiência bastante rica.

Da mesma forma, congressos e outros eventos presenciais, que são muito importantes para a formação acadêmica, podem ajudar a estabelecer essa rede. A instituição deve se esforçar para oferecer aos alunos boas condições para que tenham uma carreira de sucesso no mercado.

O impacto do novo coronavírus na educação

Como indicamos anteriormente, as mudanças sociais, políticas e econômicas que estão acontecendo no mundo todo podem mudar radicalmente o cenário da educação. Tudo isso se deve à pandemia global provocada pelo novo coronavírus, o Sars-CoV-2, causador da COVID-19.

A imposição do isolamento social, que é a melhor medida de prevenção do espalhamento da doença e do colapso do sistema de saúde, fez com que muitas instituições precisassem se reinventar às pressas, para oferecerem ensino a distância. De acordo com a Unesco, órgão da ONU responsável pela educação e cultura, aproximadamente 90% dos estudantes do mundo todo ficaram sem aulas presenciais.

Para evitar prejuízos aos alunos, o MEC autorizou, por meio da Portaria 343/2020, as aulas a distância em substituição às presenciais temporariamente ou sua suspensão, o que requer reposição posterior. Isso colocou a educação a distância como um importante recurso para não interromper a aprendizagem.

Esse cenário representa mudanças importantes para a educação, assim como para outros setores da sociedade. Uma delas é a quebra do preconceito em relação às aulas virtuais e seu potencial para o desenvolvimento do aprendizado.

Ainda não é possível prever o impacto de todos esses acontecimentos para a educação a longo prazo, mas é certo que as instituições deverão se adaptar para atenderem à nova sociedade.

Nesse sentido, o desafio é transformar a modalidade EAD não somente em uma fonte de resultados, mas, sim, em uma referência de qualidade para a instituição. E isso a tecnologia tem mostrado que é perfeitamente possível. Com a quebra dos preconceitos, essa forma de ensino e aprendizagem mostra um grande potencial para ampliar o acesso à educação.

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