5 dicas para acabar com a inadimplência escolar
Controlar o número de alunos devedores sempre foi um desafio para todo o mercado educacional brasileiro. Com a crise econômica dos últimos anos, o número de inadimplentes aumentou significativamente e deixou muitas instituições de ensino em alerta.
Por isso, ter no radar estratégias para acabar com a inadimplência — ou, pelo menos, diminuí-la a índices que não impactem a sobrevivência da escola — tornou-se indispensável a todo gestor escolar.
Contudo, para realizar uma boa gestão dos inadimplentes, é preciso entender o cenário da crise e a situação socioeconômica de seus alunos. O objetivo é estabelecer um relacionamento com eles e fazer o possível para que voltem à adimplência.
Pensando em ajudá-lo a acabar com a inadimplência em sua escola, escrevemos este artigo. Acompanhe as próximas linhas e veja algumas dicas!
Índice
Como a instabilidade econômica afetou a inadimplência escolar?
A crise econômica teve um efeito cascata e atingiu praticamente todos os setores produtivos da sociedade. Com o aumento do desemprego, muitas famílias ficaram impossibilitadas de manter em dia suas contas — entre elas, as mensalidades escolares. Como resultado, começou a haver aumento das dívidas e evasão de alunos.
Um estudo recente do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) revelou que quase 64 milhões de pessoas estão endividadas ― crescimento que acompanhou o desenrolar da crise.
Isso explica alguns dados alarmantes, em 2017 a taxa de inadimplência nas escolas disparou para 22% na educação infantil, ensinos fundamental e médio; e 38% no ensino superior, entre 2014 e 2016.
Isso fez com que o mercado educacional começasse o ano de 2017 em plena crise, com perda de alunos, demissões de professores e até decretos de falência.
Felizmente, ao que parece, o momento de turbulência já está mais calmo e 2018 apresentou alguns números mais favoráveis.
Como exemplo, um levantamento do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), divulgado pelo jornal Estadão, trouxe a boa notícia de que, após quatro anos de aumento da inadimplência, em 2018, pela primeira vez as escolas particulares paulistas observaram retração no número de devedores.
Enquanto, em 2017, o índice médio do período ficou em 7,47%, no primeiro trimestre de 2018 caiu para 7,34%.
Mesmo assim, são números um tanto tímidos e que representam apenas uma parcela do país. Por isso, é preciso ficar atento e saber lidar com casos de inadimplência, prever riscos e estabelecer ações de conversão.
Como agir contra a inadimplência?
Ao deparar-se com um desequilíbrio das contas, todas as operações da escola podem ser prejudicadas, o que atinge em cheio toda a comunidade escolar.
O déficit financeiro pode acarretar cortes do orçamento, demissão de professores, diminuição na qualidade do ensino, dificuldades de manutenção de equipamentos, estrutura física e obtenção de insumos, bem como pode resultar até mesmo no fechamento da instituição.
Como acabar com a inadimplência é um desafio e tanto, mas você pode adotar algumas ações de eficiência comprovada para a gestão dos inadimplentes. Dessa forma, as chances de perda de controle sobre as finanças diminuem sensivelmente.
Confira cinco dicas, a seguir.
1. Utilize um sistema de gestão dos inadimplentes
Por meio de um sistema inteligente de gestão escolar, é possível ter acesso aos dados dos alunos e, assim, controlar os pagamentos, identificar os devedores e determinar grupos de risco para agir de forma preditiva.
Ao estabelecer o perfil dos inadimplentes efetivos e em potencial, a escola tem condição de compreender qual é a situação socioeconômica e familiar desse aluno e construir um plano de ação para negociar dívidas.
2. Ofereça diferentes benefícios para o pagamento em dia
Para estimular que as mensalidades sejam pagas em dia, estabeleça uma política de benefícios, como descontos progressivos e premiações. Entre as ações, podemos destacar:
- liberação de taxas de rematrícula;
- desconto para pagamento da mensalidade em dia;
- sorteios de isenção de mensalidades;
- gratuidade em cursos e atividades.
Além disso, facilite o recebimento da mensalidade por meio de emissão de boletos, transferência bancária, débito automático, cartões de crédito e débito, pagamento online via portal do aluno, entre outros recursos.
3. Envie notificações de prazo e forneça boletos por diferentes canais
Com a correria do cotidiano, é muito comum que os pais se esqueçam de pagar as mensalidades dos filhos. Você pode evitar essa brecha, que causa diversos problemas, a partir da automatização da comunicação com os pais.
Disponibilize o envio de boletos por diferentes canais, de forma instantânea, pelo próprio site da escola, via portal do aluno, App da própria escola ou com o auxílio de chatbots (ferramentas de atendimento virtual com inteligência artificial, que podem até mesmo enviar boletos via mídias sociais, como o Facebook Messenger).
O mais importante é que os pais não encontrem dificuldades para pagar as mensalidades, especialmente por motivo de esquecimento.
4. Crie uma gestão de cobranças humanizada
Uma vez identificados os casos de inadimplência, é preciso ter um olhar humano sobre quem está em débito. Como esses momentos de cobrança são bastante delicados, a escola precisa adotar uma política de relacionamento e uma postura de compreensão sobre a situação do inadimplente.
De maneira alguma cause constrangimentos no aluno ou nos pais em razão da inadimplência, sob risco de sofrer penalidades — como está explícito no artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor.
Ademais, segundo a Lei 9870/99, que trata da inadimplência escolar, o aluno não pode ser proibido de assistir às aulas, embora a escola possa recusar-se a rematriculá-lo. E, em caso de transferência, a escola é obrigada a fornecer toda a documentação necessária.
O principal objetivo dessa ação, porém, é garantir uma negociação branda e que promova uma sensação de pertencimento à família e haja uma colaboração mútua para encontrar uma solução ao problema.
5. Renegocie as dívidas
Ao renegociar as dívidas, você oferece condições especiais para que o inadimplente quite seus débitos, sem prejudicar a permanência do aluno na escola. Para tanto, você pode utilizar diferentes táticas, entre as quais elencamos algumas:
- parcelamento da dívida, com ou sem entrada, ao longo de 12 meses sem juros;
- parcelamento da dívida, com entrada e mais 6 meses sem juros;
- parcelamento da dívida em prestações menores, com aplicação de juros;
- pagamento da dívida à vista, com redução de juros ou multas;
- descontos para pagamento antecipado;
- estabelecimento de data de vencimento, de acordo com a preferência dos pais.
Como vimos, encontrar maneiras de acabar com a inadimplência em sua escola exige, antes de tudo, uma visão holística sobre os motivos de desencadeamento das dívidas. A partir da análise do seu cenário e dados preditivos, adotar medidas preventivas e conhecer os inadimplentes são os primeiros passos para evitar a transferência dos alunos para outra escola.
Para todas essas ações, a transparência e o diálogo entre a escola e as famílias são itens fundamentais. Sendo assim, continue conosco e leia este outro artigo sobre como melhorar a comunicação escolar!
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