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Financiamento estudantil: como diminuir os riscos nas IES

O financiamento estudantil é uma oportunidade para quem quer ingressar em um curso superior e não têm condições financeiras para custear os estudos em uma instituição privada. No caso das IES, ele contribuiu não só para a redução das taxas de evasão e inadimplência como também para o aumento da retenção dos alunos.

Desde 2018, o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) conta com novas regras. No entanto, para que essas mudanças não prejudiquem a gestão da sua IES, é preciso estar atento aos riscos e impactos gerados pelo programa para criar um plano de ação eficiente que beneficie alunos e instituição.

Entenda neste texto como funciona o financiamento estudantil e os principais riscos de adotar o programa. Conheça também algumas alternativas ao FIES que podem ser adotadas pela sua IES. Continue a leitura!

O que é e como funciona o financiamento estudantil?

O Fundo de Financiamento Estudantil é um programa do Ministério da Educação que tem como principal objetivo promover o acesso dos jovens de baixa renda à educação superior.

Ao custear as mensalidades do estudante até a conclusão do curso, o financiamento possibilita seu ingresso em um curso de graduação de uma das instituições privadas cadastradas no sistema.

Criado em 1999, o programa já passou por diversas mudanças, sendo a mais recente em 2018. Entenda as principais regras do novo FIES.

Novas modalidades de financiamento

A primeira modalidade é destinada a estudantes que têm renda per capta mensal familiar de até três salários mínimos. Esse financiamento não tem cobrança de juros (modalidade juros zero), sendo garantido pelo programa o custeio de pelo menos 50% do valor da mensalidade.

Já a modalidade P-FIES foi instituída em 2018 e contempla pessoas com renda familiar entre três e cinco salários mínimos. Diferentemente do modelo anterior, no qual os recursos vêm do Governo, o P-FIES é financiado por bancos privados participantes, sendo as taxas estabelecidas por eles.

Período de Carência e Amortização

O novo FIES não tem período de carência, ou seja, a fase de amortização começa um mês após a conclusão do curso, desde que o graduado esteja empregado.

O prazo máximo para a quitação da dívida é de 14 anos, sendo os valores cobrados proporcionais à renda do devedor e descontados diretamente do salário, no caso de trabalhadores formais. Mesmo que a pessoa não tenha renda fixa, ela deve pagar um valor mínimo mensal.

Critérios de seleção

Independentemente da modalidade, para se cadastrar no programa, o candidato deve ter participado de uma das edições do ENEM, a partir de 2010, e ter obtido média maior que 450 nas provas, além de não ter zerado a redação.

Ele também precisa comprovar sua condição socioeconômica e, no caso da modalidade juros zero, atender a outros critérios relacionados a beneficiamentos anteriores.

Quais os riscos dessa prática para a IES e como minimizá-los?

Apesar das mudanças implementadas em 2018, a crise financeira no país continua afetando os recursos destinados para o FIES. Além da diminuição da oferta de novos contratos, os cortes orçamentários foram responsáveis pela redução do valor máximo de cobertura da mensalidade, que passou de 7 mil e 600 reais para 5 mil reais.

A falta de recursos também tem dificultado a obtenção da cobertura total da mensalidade, o que impossibilita o acesso e/ou permanência de muitos estudantes. Somado a isso, a insegurança no mercado de trabalho tem desmotivado novas adesões ao programa, e as altas taxas de desemprego ocasionaram o aumento da inadimplência e evasão entre os beneficiários.

Além de influenciar a captação e evasão dos alunos, o FIES também implica investimentos financeiros por parte das IES, que, além de arcar com as despesas bancárias do programa, têm que estar preparadas para possíveis atrasos no repasse do pagamento.

Diante desse contexto, é necessário que as instituições busquem alternativas para minimizar os riscos de adesão ao programa. Conheça algumas práticas que podem ser implementadas.

Adaptação ao perfil socioeconômico dos alunos

A baixa renda é uma das condições básicas para que o estudante obtenha o financiamento estudantil. No entanto, ainda que ele obtenha auxílio com as mensalidades, para permanecer no curso, é preciso arcar com outros custos como transporte, alimentação, aquisição de material didático etc.

Para possibilitar a permanência e conclusão do curso, é fundamental que a IES crie estratégias para a redução de gastos por parte do aluno, como:

  • criar uma versão digital do material didático;
  • oferecer opções de alimentação de qualidade e com preço acessível na própria instituição;
  • investir em bibliotecas e laboratórios de informática que facilitem o acesso gratuito ao material de estudo;
  • estimular programas de estágio;
  • promover campanhas de carona solidária entre alunos.

Combate à inadimplência

A inadimplência é um dos principais problemas para a manutenção do financiamento estudantil. Entre as razões que afetam o pagamento do empréstimo, a dificuldade de colocação profissional se destaca.

Para minimizar os danos e evitar que os recém-formados tenham seus dados negativados, a instituição pode criar ações, como:

  • incentivar o planejamento financeiro, conscientizando os alunos da importância do controle dos gastos pessoais e das consequências de não quitar as parcelas do financiamento;
  • promover consultorias para orientar os estudantes que estão em busca de trabalho;
  • realizar capacitações para elaboração de currículo e treinamentos para entrevistas.

Quais são as principais alternativas ao financiamento estudantil?

Diante desse cenário de incertezas em relação ao financiamento estudantil — queda de recursos e de vagas, atrasos nos repasses etc. — é importante que as IES criem alternativas que garantam sua saúde financeira e estimulem o ingresso e permanência dos alunos no ensino superior privado.

Conheça algumas opções!

Linha de crédito própria

Nesse caso, a IES é a financiadora, sendo responsável pelo processo de implementação e gestão do empréstimo, incluindo o recebimento dos valores e também as cobranças.

A concessão de crédito pela instituição possibilita a redução das mensalidades dos custos com parcerias externas.

Parcerias com instituições financeiras

Uma das vantagens dessa medida é a redução dos riscos financeiros, já que o empréstimo é feito diretamente entre instituição financeira e aluno. Além disso, a IES não precisa arcar com custos do processo de organização e gestão das operações.

Essa prática tem crescido no Brasil e já existem diversas operadoras financeiras especializadas nesse tipo de concessão, o que torna o processo seguro, prático e menos burocrático para a instituição de ensino.

Associação com empresas

Uma forma eficaz de captação de alunos é firmar parcerias com empresas da região, oferecendo descontos e bolsas parciais para seus funcionários, desde que a organização faça um investimento mensal na IES.

Além de garantir a fidelização dos alunos, essa forma de associação não requer nenhum tipo de empréstimo, o que reduz o risco de inadimplência.

Neste texto, mostramos como a IES podem se preparar para evitar os riscos do financiamento estudantil. Conhecer as especificidades do programa, planejar ações para minimizar os riscos e criar alternativas ao FIES são formas eficazes de garantir uma boa gestão.

Quer permanecer atualizado sobre o novo FIES? Continue a leitura do blog e entenda como adaptar sua IES às novas regras.

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