Entenda como funciona uma avaliação institucional nas IEs
A avaliação institucional ajuda as IEs a melhorar os seus serviços. Quando ela é feita de modo abrangente, será possível mapear problemas que vão desde a cantina até a comunicação interna. Além disso, ela permite a participação de todos os envolvidos no processo dos alunos, responsáveis e funcionários até a alta gestão.
Contudo, algumas dúvidas acompanham esse processo: a avaliação institucional é obrigatória? Quem pode participar? A coleta de dados deve ser anônima? Quem precisa fazê-la?
Neste post, tiraremos essas dúvidas e ainda mostraremos os benefícios desse instrumento para que a IE que a aplique seja cada vez mais bem-sucedida em seus serviços. Boa leitura!
O que é uma avaliação institucional?
É um instrumento que ajuda as instituições de ensino a realizarem um diagnóstico mais preciso das suas atividades atuais. Por meio dela, será possível descobrir os pontos fortes, o que precisa ser melhorado e implementar as mudanças necessárias para que a IE retome a sua missão.
A avaliação institucional é personalizável, o que significa que todos os envolvidos dentro da comunidade da IE podem participar. Isso engloba desde os alunos e familiares até os docentes, passando também pelos demais colaboradores da organização.
Nesse sentido, a avaliação institucional é um instrumento democrático, colaborativo e abrangente. Seu principal objetivo é garantir uma melhor qualidade do ensino e atender às demandas dos alunos e dos educadores. Com tudo isso em conjunto, o índice de satisfação geral tende a aumentar.
Além disso, a Lei nº 10.861 instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinae), que prevê a definição de Comissões Próprias de Avaliação (CPA).
As próprias instituições de ensino superior definem os integrantes dessas CPAs para uma autoavaliação, baseada em critérios oficiais. Já as avaliações externas são conduzidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
Como funciona essa avaliação institucional?
Essa avaliação é feita em três etapas: o diagnóstico, o desenvolvimento (a avaliação em si) e a análise dos resultados coletados. Quanto à periodicidade, ela pode ser realizada a cada semestre ou apenas uma vez por ano, de acordo com as necessidades da instituição.
Para nortear o estudo, os responsáveis devem se concentrar em perguntas quantitativas, que ajudarão os gestores a mensurar os resultados posteriormente. Os seguintes temas podem ser abordados:
- infraestrutura física e tecnológica;
- metodologia pedagógica;
- responsabilidade social;
- corpo docente;
- nível da comunicação e dos canais utilizados;
- relacionamento interno;
- condições de trabalho;
- nível de atendimento das equipes administrativas;
- uso de soluções digitais para melhorar o dia a dia dos alunos e docentes.
Ainda como método de melhorar sua avaliação quantitativa, a instituição pode utilizar uma classificação numérica (do 0 ao 10) ou descritiva (contendo opções como, “bom”, “ótimo”, “regular”, “ruim”, entre outras).
É interessante pedir justificativa se a nota for muito baixa. Isso porque alguns alunos podem avaliar negativamente um professor apenas porque não passaram naquela matéria, por exemplo, o que atrapalharia a carreira do profissional.
Também é interessante abrir o espaço para opiniões qualitativas sobre a instituição em geral, para incentivar, elogiar, ter críticas construtivas e sugestões de melhoria. É importante que a avaliação seja anônima, para não constranger os envolvidos e para incentivar uma maior participação.
Quais são os benefícios dessa avaliação nas IEs?
Da mesma forma como a avaliação institucional escolar é colaborativa e democrática, ela traz vários benefícios para toda a comunidade acadêmica. Confira alguns a seguir.
Implementação de melhorias
O principal objetivo é melhorar a instituição como um todo e permitir que ela esteja o mais próximo possível da sua missão e valores originais. Além disso, com problemas mapeados e identificados, será possível tomar ações efetivas para ajustes.
O processo colabora com a restruturação das atividades de ensino, de pesquisa, extensão e gestão geral da instituição. Realizar essa separação durante a avaliação é imprescindível para que problemas específicos sejam detectados — e os pontos fortes sejam ressaltados.
Com base no levantamento, as instituições realizarão melhorias contínuas em sua infraestrutura e na formação de docentes, além de aplicar novas metodologias para otimizar a qualidade da aprendizagem dos alunos.
Essa avaliação une o melhor de dois mundos: oferece mudanças benéficas para o aluno e, do ponto de vista dos gestores, fornece a oportunidade de garantir condições de trabalho mais favoráveis para os trabalhadores. Isso tem um grande impacto na retenção de talentos, por exemplo.
Decisões baseadas em dados
O diagnóstico promovido pela avaliação institucional será ainda mais preciso com a utilização de dados que ajudem os gestores a mapear a real situação. A partir disso, com o uso de tecnologias que centralizem informações relevantes, é possível tomar decisões a partir de elementos concretos.
Um exemplo: se grande parte das respostas dadas pelos participantes aponta que a infraestrutura física das salas tem deixado a desejar, a escola poderá cruzar os dados com outras reivindicações e ter ideia mais clara daquilo que precisa ser feito.
Do mesmo modo, se a comunicação interna foi apontada como algo a se melhorar, a instituição pode apostar em tecnologias para facilitar esse contato, como o uso de um sistema de gestão que ajude os gestores e docentes a conhecer melhor os problemas do dia a dia.
Inclusive, os dados obtidos com a avaliação também servem para elaborar e revisar o planejamento estratégico da escola e modificar o seu Projeto Político Pedagógico, transformando os valores da instituição para melhor.
Combate à evasão
A evasão é um dos principais problemas nas instituições de ensino. O problema decorre de diversos fatores, tanto internos quanto externos. Cabe à IE entender melhor os motivos e agir para evitá-lo.
Isso começa, por exemplo, pela aplicação de uma avaliação que a ajude a mapear o problema. Um bom exemplo do uso desse instrumento nesse sentido é o uso dos dados coletados para identificar metodologias pedagógicas que não estão atendendo aos objetivos.
Um docente pode estar destoando dos outros profissionais em seus métodos, o que resulta em um desempenho mais baixo por parte dos estudantes — e a migração para outras instituições. Do mesmo modo, problemas na comunicação podem estar causando a mudança para IEs que são vistas como melhores nesse quesito.
A partir de cada diagnóstico, será possível implementar ações efetivas para melhorar a instituição como um todo. Lembre-se de que a explicação para a evasão nem sempre está na falta de disposição dos alunos para estudar, mas também pode estar ligada a métodos obsoletos de aprendizagem adotados pela IE.
Ajustes no planejamento
A avaliação institucional garante a oportunidade de mapear quais são os pontos positivos na IE e ajustar o que não está dando certo. Por ser bem detalhada, ela ajuda os gestores a entender as boas práticas que devem ser mantidas — em vez de simplesmente começar tudo do zero.
Além disso, a IE consegue utilizar esses pontos positivos para aplicar em campanhas de captação de novos alunos. Como se não bastasse, os gestores ainda terão os dados em mãos para provar a eficiência da instituição nesse quesito.
Como você viu nesse artigo, a avaliação institucional é um instrumento para que a IE melhore como organização. Ela é democrática e permite a participação de todos, desde os alunos até o topo da hierarquia. O importante é mapear devidamente os problemas e reforçar os pontos positivos.
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