6 dicas para gerenciar a reprovação acadêmica

Até o fim do semestre, milhares de universitários são reprovados em pelo menos uma matéria de sua grade curricular. Nos cursos de Ciências Exatas, essa tendência se torna ainda mais acentuada. Do ponto de vista das instituições de ensino superior, é necessário compreender o que causa a reprovação acadêmica e monitorar este índice, pois este é o indicador que mede a aprendizagem do aluno, podendo ser resultado de outros desequilíbrios.

Mas como monitorar de forma eficaz esse índice? Quais são os fatores que fazem com que os alunos sejam reprovados? Como adotar medidas para que essa tendência seja mitigada? Qual é o papel da gestão educacional?

Se você procura respostas para tais questionamentos, está no lugar certo. Elaboramos este artigo justamente para ajudá-lo a compreender e a lidar com o fenômeno da reprovação no ambiente universitário.

Tenha uma boa leitura!

1. Reflita sobre as causas da reprovação acadêmica

Para começar, entenda que a reprovação não é a causa, e sim a consequência de um processo que se desenrola ao longo de todo o semestre. Para compreender esse processo, é preciso conhecer os fatores que influenciam a jornada de um aluno até ele ser reprovado.

Da perspectiva estudantil, os principais catalisadores de uma reprovação são:

  • tempo para estudar, especialmente quando o aluno trabalha;
  • escolha equivocada de profissão;
  • má formação na Educação Básica (especialmente no Ensino Médio);
  • curso ou aulas pouco interessantes;
  • utilização de material didático inadequado;
  • insatisfação com a metodologia de ensino, o formato e a qualidade das aulas

Já da perspectiva da instituição, os elementos que influenciam os índices de reprovação (e também de evasão) envolvem:

  • currículo do curso defasado em relação ao interesse dos alunos e ao mercado de trabalho;
  • coordenador de curso com pouco foco na aprendizagem do aluno;
  • corpo docente pouco qualificado ou desatualizado;
  • não utilização de metodologias de aprendizagem modernas.

Aqui, é importante fazer um alerta: a primeira reação a um índice alto de reprovação é pensar que o conteúdo programático e os critérios de avaliação estão muito “difíceis”. Tenha em mente, entretanto, que essa lógica é equivocada. Toda instituição de ensino superior (IES) deve manter seus padrões de qualidade do aluno egresso para garantir o reconhecimento da sociedade, dos empregadores e de indicadores de qualidade dos seus cursos pelo MEC.

2. Colete informações para depois agir

Para tomar medidas adequadas, conheça seu corpo estudantil e identifique onde o gargalo está. Como? Fazendo entrevistas, pedindo feedbacks e mapeando as causas da reprovação em sua instituição por curso.

Se muitos estudantes demonstrarem arrependimento em relação ao curso escolhido, por exemplo, você poderá elaborar ações para conscientizá-los sobre como construir uma carreira de acordo com suas habilidades e interesses. Além disso, a instituição também pode investir em conteúdo gratuito e palestras que o ajudem a se reposicionar.

O mesmo vale para estudantes que estejam passando por entraves pessoais, seja por causa de uma mudança de cidade, seja pela falta de tempo. Ações como workshops e a promoção de estágios remunerados dentro da própria universidade, além de dicas e estratégias de organização e gestão do tempo, podem ajudar nesse sentido.

3. Mapeie o terreno problemático

Considere que alguns ramos do conhecimento e disciplinas tendem a ter um índice naturalmente alto de reprovação. A repetência nas disciplinas que envolvem cálculo, por exemplo, é uma realidade tanto nas universidades privadas quanto nas públicas. As raízes desse problema remetem ao Ensino Básico.

Se analisarmos os últimos resultados do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) veremos um desempenho baixíssimo na área de Matemática. E o que mede esse programa? Os conhecimentos e competências adquiridos no Ensino Médio.

Mas o que acontece? Bem, o Ensino Médio no Brasil é bastante deficiente e, muitas vezes, excessivamente direcionado à aprovação dos estudantes no vestibular, o que dificulta a real aprendizagem de conceitos, especialmente aqueles ligados à aplicação prática de teorias.

Nesses casos, uma iniciativa construtiva é disponibilizar cursos extracurriculares de apoio. Nos primeiros semestres, por exemplo, essas iniciativas ajudariam a fortalecer a base de conhecimentos gerais que serão necessários ao longo do curso.

4. Saiba como manter o curso relevante

Um fator motivador de reprovação é a falta de interesse do corpo discente pelas disciplinas. É claro que esse desinteresse pode ser causado por uma série de questões que nada tem a ver com a instituição em si. É preciso ter em mente, no entanto, que ele pode, sim, ser motivado pela desatualização do currículo do curso e dos professores que ministram as matérias.

E quanto mais cedo a instituição tomar consciência dessa desatualização, mais rapidamente poderá buscar alternativas para saná-la.

Aqui, mais uma vez, o feedback de seus alunos será um importante norteador para um posicionamento eficaz. Peça também o parecer de seu corpo docente. Assim, você terá um guia para o que está funcionando e para o que precisa ser modificado em sua instituição.

5. Transforme a gestão em aliada

A partir da compreensão do que está causando a reprovação em sua instituição, você estará pronto para tomar medidas para solucionar os problemas e deficiências. Aqui entra o papel da gestão acadêmica, pois é por meio dela que podem ser feitos planejamentos  e implementadas mudanças.

Através de painéis de indicadores, por exemplo, podem ser implementados mecanismos de monitoramento e a utilização de softwares podem facilitar os processos pedagógicos, controlando as taxas de reprovação e gerando relatórios precisos. Assim, a instituição poderá monitorar mais facilmente o desempenho dos estudantes e comparar as informações entre disciplinas, professores, turmas ou ainda avaliar a eficácia de suas políticas através da análise da evolução com indicadores de outros períodos letivos.

Como exemplo, basta acompanhar a média das notas dos alunos, por turma e disciplina, logo após a primeira avaliação. Se essa média for inferior a 5, um desastre se anuncia. É hora do coordenador de curso reunir-se com os docentes dessas turmas e discutir o que pode ser feito para melhorar o desempenho e levar a maioria dos alunos ao sucesso.

Do ponto de vista organizacional, empregar um sistema de gestão capaz de monitorar e apresentar gráficos com os índices de frequência, as médias de notas dos alunos por turma e disciplina, alertando os casos que estão numa faixa de alto risco, permite adotar estratégias para diminuir a reprovação e ter mais tempo, embasamento e instrumentos para buscar soluções.

É importante salientar que quando uma turma de uma disciplina tem mais da metade dos alunos reprovados, a culpa nunca é só dos alunos, uma vez que a responsabilidade dos docentes e da instituição é motivar e auxiliar seus alunos a ter sucesso nos estudos e desenvolver o seu potencial.

6. Busque as raízes do problema

Como você pôde perceber, a reprovação acadêmica não é um fenômeno isolado. Ela é, na verdade, a ponta de um iceberg. Para entender o que está causando esse fenômeno em sua instituição, é preciso investigar o que não está visível superficialmente e tentar compreender as raízes do problema.

A aprendizagem é um processo que demanda dedicação e maturidade, mas nem sempre os universitários estão preparados para esse nível de comprometimento. É preciso, portanto, desenvolver programas que os motivem e incentivem a uma postura responsável e os eduque.

Você gostaria de compartilhar sua opinião sobre a reprovação acadêmica? Então, deixe um comentário. Queremos saber o que você tem a dizer sobre o assunto!

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