Plano Nacional de Pós-Graduação: o que mudou com o VII PNPG e quais impactos para 2025-2029 

O novo Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) representa uma etapa fundamental para o planejamento da pós-graduação brasileira nos próximos anos. Em 20 de maio de 2025, o Conselho Superior da CAPES aprovou, por unanimidade, o VII PNPG, que definirá diretrizes e metas até 2029. 

Neste artigo, apresentamos os principais pontos do novo plano, seus eixos estratégicos e os impactos esperados para programas de mestrado, doutorado e instituições que integram o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG)

O que é o PNPG e por que ele importa 

PNPG é o documento estratégico que orienta o desenvolvimento da pós-graduação stricto sensu no Brasil. Elaborado e executado pela CAPES, ele define metas e prioridades para um período de cinco anos, guiando políticas de fomento, avaliação e regulação dos programas acadêmicos. 

Histórico e evolução 

Desde sua primeira edição, em 1975, os PNPGs têm sido instrumentos centrais para a expansão e qualificação da pós-graduação. O plano anterior (2011–2020) consolidou a avaliação por desempenho e estimulou a internacionalização. Já o VII PNPG (2025–2029) busca atualizar o sistema para um cenário mais inclusivo, regionalizado e conectado à inovação científica e tecnológica. 

Papel no Sistema Nacional de Pós-Graduação 

O PNPG funciona como referência para o SNPG, definindo diretrizes que influenciam diretamente a atuação de universidades, centros de pesquisa, agências de fomento e programas de mestrado e doutorado. Ele também articula políticas de financiamento e critérios de avaliação, reforçando o papel estratégico da CAPES na coordenação da pós-graduação brasileira. 

Principais diretrizes do PNPG 2025-2029 

Aprovado pelo Conselho Superior da CAPES, o VII PNPG apresenta um conjunto de metas e eixos estratégicos que nortearão as ações da pós-graduação até 2029, conforme divulgado pela ABRUC

Eixos estratégicos e temas prioritários 

O documento traz um olhar abrangente sobre a pós-graduação, com foco em: 

  • Equidade e diversidade, promovendo inclusão e redução das desigualdades no acesso e permanência. 
  • Regionalização, buscando equilibrar a oferta de programas em todo o território nacional. 
  • Avaliação multidimensional, que incorpora critérios qualitativos e de impacto social, além de métricas quantitativas. 
  • Fomento à inovação e ao setor produtivo, incentivando parcerias entre academia e empresas. 
  • Internacionalização e visibilidade global dos programas brasileiros. 
  • Protagonismo dos pós-graduandos, valorizando condições de pesquisa, bolsas e participação nos processos de decisão. 

Desafios identificados 

Entre os principais desafios apontados pelo novo plano estão: 

  • Garantir financiamento contínuo e sustentável, em um contexto de restrições orçamentárias. 
  • Evitar assimetrias regionais, garantindo oportunidades equitativas de pesquisa. 
  • Aprimorar indicadores de desempenho, equilibrando rigor acadêmico e impacto social. 
  • Estimular inovação institucional, modernizando práticas de gestão e avaliação. 

Impactos previstos para programas e instituições 

As diretrizes do VII PNPG devem gerar efeitos concretos nas universidades, programas e estruturas de gestão da pós-graduação, influenciando desde a avaliação até a captação de recursos e talentos. 

Para programas de mestrado e doutorado 

Os programas deverão atender a novas exigências de qualidade e inovação, com foco em: 

  • Desempenho acadêmico consistente e avaliações contínuas. 
  • Incentivo à interdisciplinaridade e à produção científica de impacto social
  • Ampliação da internacionalização e da mobilidade acadêmica

Para as instituições de ensino superior 

As universidades precisarão alinhar seus planos institucionais ao novo PNPG, fortalecendo estrutura e governança. 
As prioridades incluem: 

  • Investimentos em infraestrutura de pesquisa e suporte administrativo
  • Incentivos à formação de docentes e pesquisadores
  • Abertura de polos e programas em regiões com menor oferta de pós-graduação. 

Análise geral: benefícios e riscos 

De forma equilibrada, o novo PNPG traz avanços e desafios significativos. 

Principais benefícios: 

  • Consolidação de uma política de Estado para a pós-graduação, garantindo estabilidade e continuidade. 
  • Integração mais forte entre CAPES, instituições e sociedade. 
  • Redução de desequilíbrios regionais e estímulo à diversidade de programas. 

Riscos e desafios: 

  • Restrições orçamentárias que podem limitar a execução das metas propostas. 
  • Dificuldades de adaptação por parte de programas e instituições menores. 
  • Persistência de desigualdades regionais caso o fomento não seja redistributivo. 

Como acompanhar a implementação do PNPG 

A participação ativa da comunidade acadêmica será essencial para acompanhar e fiscalizar o cumprimento das metas do plano. 

Documentos oficiais e consultas públicas 

A versão preliminar do PNPG foi disponibilizada para consulta pública por meio do portal Participa + Brasil. A versão final, consolidada pela CAPES, está disponível para download em documento oficial, servindo como referência para a execução das políticas de pós-graduação. 

Participação e monitoramento 

Associações, fóruns e sociedades científicas devem acompanhar a execução do plano, contribuindo com sugestões e avaliações. 
Além disso, a CAPES publicará relatórios periódicos de acompanhamento, com indicadores de desempenho e transparência nos resultados. 

VII PNPG 2025-2029 marca uma nova etapa para o sistema de pós-graduação brasileiro, reafirmando o compromisso com a qualidade, a inclusão e o impacto social da ciência. Para que o plano alcance seus objetivos, será fundamental a atuação conjunta de universidades, pesquisadores, agências de fomento e da sociedade civil. 

Mais do que um documento técnico, o PNPG é um guia estratégico para o futuro da pesquisa e da formação científica no Brasil, um passo essencial para transformar conhecimento em desenvolvimento.