Millennials! Como atender uma geração que está mudando o comportamento social?
Quem é o protagonista do perfil que seu aluno tem no Instagram? Ele mesmo, é claro. Acostumada ao controle em diversos ambientes virtuais, os millennials ocupam hoje a maior parte das vagas nas Instituições de Ensino Superior (IES).
E não é surpresa que, diante de espaços como a IES e o mercado de trabalho, em que é bem mais raro ser a atração principal, essa geração fique frustrada. Para além da discussão sobre narcisismo e riscos da exposição nas redes sociais, os educadores estão ante a uma realidade muito palpável: o descompasso entre o que a sociedade vive e o que a universidade oferece.
Com altas expectativas, perfil hiperconectado e multitarefa, os millennials veem a tecnologia como algo natural, inclusive na educação. Em vez de passar horas lendo, acham mais prático fazer uma consulta rápida no celular. Aprofundar? Só no que realmente interessa.
Estamos vivendo um intenso período de transição na educação para millennials. Neste artigo, vamos conhecer algumas indicações para aproximar a IES de um compasso mais harmônico com seu público. Vamos lá?
O que as instituições de ensino superior já estão fazendo
Parte da resposta está em apresentar menos conclusões prontas e mais conexão com discussões contemporâneas. Afinal, profissões e carreiras também estão mudando, e os estudantes buscam não só a preparação para o mercado, mas também oportunidades para desenvolver habilidades de liderança, solução de problemas e comunicação.
As metodologias ativas, que já estão sendo adotadas em várias IES, respondem ao desafio com o posicionamento do aluno como protagonista do aprendizado. O incentivo à capacidade de assimilar conteúdos de forma autônoma e participativa envolve, ainda, aproveitar o potencial oferecido pela tecnologia para essa geração.
Nesse cenário, a rede wi-fi dá acesso a ambientes virtuais de aprendizagem que oferecem materiais ricos e em diversos formatos — vídeo, áudio de uma aula ou artigos em PDF, por exemplo —, para que o estudante se prepare e participe da discussão em que o professor será um facilitador e um curador de informações.
O paradoxo da educação para millennials
Embora vários estudos já tenham comprovado que é possível absorver e compreender mais conteúdos por meio de metodologias ativas, há limites para a adoção desses métodos. Um deles é o paradoxo da geração hiperconectada, que reclama das aulas expositivas, mas, no “mundo real”, encontra dificuldade para sair da esfera individual, participar da discussão e ver os benefícios das novas metodologias.
E há que se considerar outras variáveis, para além do isolamento. Alunos de cursos noturnos, por exemplo, geralmente trabalham durante o dia e, pela rotina corrida, costumam dar preferência ao método passivo, em que precisam apenas ouvir na maior parte do tempo.
Variações dessa resistência podem ser observadas em alunos que vieram de escolas adotantes de metodologias mais tradicionais ou ainda dos pais, que questionam a relação entre valor da mensalidade e o que o aluno precisa fazer “por conta própria”.
Há, ainda, a preocupação com as provas das entidades de classe, a exemplo dos futuros advogados, que precisarão passar por um exame bastante convencional para exercer a profissão.
As características de um período de transição ficam, portanto, muito evidentes na educação para millennials.
Como facilitar a transição de metodologias
Como facilitar, então, o processo de transformação de metodologias para atender à geração atual de estudantes?
Aulas que atraem e engajam alunos
Como primeiro ponto, é importante destacar que a aula expositiva — tão criticada, mas ainda indispensável em diversas situações — também pode se atualizar. Além de um revezamento entre exposição e atividades práticas, temas recentes podem ser inseridos como “iscas”.
A ideia não é perder o foco da disciplina, mas falar de inteligência artificial, métodos de gestão do Vale do Silício ou mesmo assuntos vinculados ao entretenimento, entre tantos outros, de forma crítica e conectada à realidade dos alunos.
Afinal, quando uma série ou um filme estão muito interessantes, até o celular é deixado de lado!
Formação de professores é fundamental
Outro ponto é a qualificação dos educadores, já que muitos não têm treinamento formal em relação aos novos métodos. Se os programas de mestrado e doutorado ainda deixam pouco espaço para a formação pedagógica em metodologias ativas, vale investir em um programa de capacitação permanente, presencial e on-line, para todos os professores, incluindo contratados e horistas.
Assim, ao lado de novos espaços, softwares e bases de dados, a IES terá profissionais que não só conhecem métodos e tecnologias, mas que sabem inseri-los no contexto de cada curso e ensinar os alunos a aplicá-los para alcançar seus objetivos.
A importância de sistemas integrados
Um terceiro ponto é a necessidade de investir não só em ambientes virtuais de aprendizagem e em conteúdos interessantes e coerentes com o mundo digital, mas também em sistemas acadêmicos integrados.
O sistema vai automatizar processos e atender aos anseios de imediatismo e conexão típicos da educação para millennials, que não querem esperar o fim do semestre ou módulo para consultar notas e frequência.
E de pouco adianta capacitar o professor se ele não tiver ferramentas, preferencialmente na nuvem, para se comunicar facilmente com os estudantes e facilitar o acompanhamento da trajetória acadêmica.
A relação entre inovação e avaliações oficiais
Embora sejam necessários recursos para capacitação e infraestrutura física e digital, nem tudo depende de grandes investimentos. Alterações simples na rotina também podem levar a resultados palpáveis e ampliar a satisfação dos alunos.
Além da possibilidade de incorporar temas contemporâneos como os que citamos anteriormente, é possível criar grupos em redes sociais ou plataformas internas. Essas são formas viáveis de trocar informações e favorecer que os professores conheçam melhor as ferramentas e a linguagem que os alunos adotam para se comunicar.
Começar com essas medidas pode ajudar a IES a monitorar indicadores e, gradualmente, superar o quarto ponto de destaque na transição da educação para millennials: o medo, ainda comum, de que a inovação afete avaliações oficiais. Quem alcançou um bom conceito tem receio de “mexer em time que está ganhando”. E quem ainda não tem a nota desejada acaba ficando preso a métodos tradicionais, com implantação mais conhecida e imediata.
No entanto, ao mesmo tempo que é necessário discutir a atualização dos processos de avaliação, já há muitos casos que tornam esse receio infundado.
Um exemplo é o Centro Universitário de Maringá (Unicesumar), que construiu seu crescimento tendo como um dos alicerces as soluções inovadoras. Equipes docentes e de tecnologia/suporte se aproximaram para ações como a ampliação da educação a distância e da aprendizagem híbrida.
Na escala de 1 a 5 estabelecida pelo MEC, a Unicesumar mantém a nota 4 no Índice Geral de Cursos (IGC), que reúne menos de 5% das IES brasileiras; e a nota 5 no Conceito Institucional (CI).
Ao aproveitar as facilidades tecnológicas atuais para atender à geração hiperconectada, as IES podem, inclusive, ampliar as chances de autorização para abertura de cursos e melhora nas avaliações. Pois, o novo marco regulatório do Ensino Superior incentiva a inovação e a adoção de novas tecnologias e metodologias.
O aluno protagonista e o papel do professor
Vale ressaltar que as metodologias ativas fortalecem a posição do professor como catalisador e mentor do processo de aprendizagem. Métodos de tutoria e coaching entram como parte das estratégias de motivação dos alunos, que são protagonistas, mas de forma orientada.
É fato que há uma exigência maior pela versatilidade e acessibilidade do educador, mas isso não quer dizer que ele perde o papel de fio condutor. Comandando o tempo a favor da aprendizagem, ele provoca discussões e instiga os estudantes a analisarem fontes e canais de informação.
Para os millennials, essa pode ser uma habilidade mais relevante do que ler milhares de páginas, sem conseguir refletir sobre o conteúdo. E representa um dos pontos que destacamos como importantes na transição: a capacidade de engajar alunos.
Ao lado do investimento na formação dos educadores, da superação do receio da inovação diante das avaliações oficiais e do investimento em infraestrutura tecnológica, a adoção das técnicas para ampliar esse envolvimento será fundamental para o sucesso da IES que enfrenta o desafio da educação para millennials.
E então, essas dicas ajudaram na reflexão sobre a relação entre a sua instituição e os estudantes da geração millennial? Que tal compartilhar essa inspiração em suas redes sociais?
Dica:
É possível aumentar a qualidade de serviços prestados aos alunos e economizar recursos em equipamentos de infraestrutura, pessoal, operação e suporte adotando soluções que utilizem a nuvem. Esse tipo de solução garante segurança aos dados e disponibilidade 24 horas por dia aos docentes e alunos. Além disso, a instituição só paga conforme o uso com a vantagem de poder ampliar os recursos de infraestrutura conforme a necessidade.