inclusão na escola

4 estratégias pedagógicas para promover a inclusão na escola

Prevista na Política Nacional de Educação Especial, a educação inclusiva constitui uma “ação política, cultural, social e pedagógica, em defesa do direito de todos os estudantes de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação”.

Para que isso seja possível, a escola precisa reconhecer os próprios desafios e encontrar estratégias pedagógicas para que práticas discriminatórias sejam superadas por meio de um sistema educacional inclusivo ― o que gerará alterações na organização estrutural e cultural do ambiente escolar.

Mais que adequar espaços às necessidades de cada aluno portador de deficiência, o projeto pedagógico inclusivo deve garantir sua integração como cidadão e proporcionar oportunidades iguais. Isso significa que toda a escola precisa estar preparada para essas mudanças de paradigmas e oferecer aos professores e funcionários segurança e respaldo para lidar com tal realidade.

Para ajudá-lo a construir as melhores práticas e estratégias pedagógicas, a fim de garantir uma efetiva inclusão de alunos portadores de deficiência, redigimos este artigo. Acompanhe as próximas linhas!

Qual é a importância da inclusão escolar?

O acesso de alunos portadores de deficiência está previsto nas disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96). O objetivo é garantir que essas pessoas tenham as mesmas condições de socialização e desenvolvimento de habilidades cognitivas e competências socioemocionais.

No entanto, mais que simplesmente cumprir a lei, a inclusão escolar de portadores de deficiência na rede regular de ensino reforça o amplo debate sobre os direitos de integração à sociedade como cidadãos de fato.

Ao construir estratégias pedagógicas para a inclusão escolar, a instituição de ensino também está fomentando uma reflexão quanto à necessidade do respeito à diversidade, algo que vai se refletir na construção de uma sociedade mais justa e emocionalmente saudável.

Por isso, a escola precisa considerar as necessidades individuais e adaptar sua estrutura, de acordo com as limitações motoras ou mentais de cada indivíduo, respeitando seu ritmo de aprendizado, estado emocional e condições gerais para o aprendizado.

Como funciona o PEI (Plano Educacional Individualizado) sob a ótica da inclusão?

O PEI (Plano Educacional Individualizado) é um conjunto de estratégias educativas construídas de maneira a atender às necessidades dos estudantes portadores de deficiência física e intelectual.

Utilizado não apenas para estudantes portadores de deficiência, mas também para aqueles que têm algum transtorno de aprendizagem, como dislexia e TDAH (Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade), o PEI é uma ferramenta indispensável às estratégias pedagógicas, já que orienta os professores sobre como lidar com alunos que tenham necessidades educacionais diferenciadas, valorizando a individualidade de cada um.

A construção do PEI deve acontecer sempre com o acompanhamento da avaliação de profissionais da área de psicologia escolar e, se necessário, de outros especialistas que porventura assistam os alunos em questão.

Por meio do PEI, a escola vai enxergar cada aluno de forma individualizada, considerando todas as peculiaridades de seu desenvolvimento. Entre as atribuições do PEI está a adaptação curricular para cada necessidade, levando em consideração os desafios motores e intelectuais e o estilo de aprendizagem de cada aluno.

Nesse plano estão contidos os objetivos e as metas que nortearão o ensino desses alunos, bem como todo o histórico de aprendizado, inclusive com conteúdos que os estudantes já dominem previamente.

De tempos em tempos, o PEI deve ser revisado para corroborar ou realinhar estratégias pedagógicas e observar o desempenho dos alunos com deficiência.

Quais estratégias pedagógicas podem auxiliar no fomento à inclusão escolar?

Confira, a seguir, 4 estratégias pedagógicas que auxiliarão sua escola a vencer os desafios da inclusão escolar de alunos portadores de deficiência.

1. Conheça as necessidades de cada aluno

Como dissemos, é importante a integração de uma equipe multidisciplinar para o acompanhamento e diagnóstico de cada aluno portador de deficiência. Essa é a principal forma de a escola conhecer as necessidades individuais e proporcionar um trabalho efetivo que complemente (ou suplemente) um ambiente especializado no atendimento.

Além disso ― e tão importante quanto ―, o diálogo com a família deve ser permanente, a fim de que seja possível intercambiar as experiências e informações acerca desses alunos. Trata-se de um trabalho ininterrupto e totalmente flexível, de acordo com as conquistas e desafios a vencer.

2. Promova campanhas de inclusão escolar

O esclarecimento e a comunicação efetiva são as melhores formas de combater eventuais impactos negativos no processo de inclusão. É natural que alguns alunos possam ter dificuldades em lidar com outras crianças e jovens portadores de deficiência, especialmente se não estão acostumados com esse tipo de socialização.

Por isso, as campanhas de inclusão são essenciais para a erradicação do preconceito e o estímulo à integração mútua. Ciclos de debates, palestras e visitas a instituições assistenciais são algumas das formas de os estudantes compreenderem a realidade dos portadores de deficiência e se sentirem receptivos às novas amizades.

3. Faça avaliações individuais

Cada tipo de deficiência ou transtorno de aprendizagem acarreta um ritmo muito particular de aprendizado. Com isso, os instrumentos de avaliação precisam ser adaptados a essas necessidades e aplicados de maneira a buscar o melhor desempenho desses alunos.

Portanto, para que a avaliação seja inclusiva e apresente resultados úteis, uma nova cultura deve ser empregada, levando em consideração itens como:

  • criar um estilo de avaliação que respeite o ritmo individual de aprendizado;
  • avaliar pontos positivos e negativos de forma não classificatória, e sim construtiva;
  • atribuir um tempo de avaliação distinto para cada caso;
  • aceitar a diversidade de fatores no processo de construção do conhecimento desses alunos;
  • associar os instrumentos e recursos de avaliação que mais se integrem às necessidades dos alunos.

4. Invista em tecnologia

Salas de aula com recursos multifuncionais, lousa interativa, aplicativos, netbooks, tablets. Na era digital atual, são inúmeros os recursos que podem contribuir para as estratégias pedagógicas de inclusão escolar. Quanto maior for o número de recursos e a familiaridade dos alunos e professores com eles, melhores serão os resultados de aprendizagem.

Um dos principais objetivos da tecnologia, no caso dos alunos portadores de deficiência, é romper barreiras físicas que os recursos analógicos podem trazer (como segurar um lápis ou virar as folhas de um livro).

Além disso, de forma geral, a tecnologia nas instituições de ensino está deixando de ser um recurso a mais que o professor tem à disposição para suas aulas para se tornar um instrumento por meio do qual a aprendizagem é propagada.

Como o ensino tradicional há tempos mostra sua ineficácia, os recursos digitais e as novas tecnologias vêm favorecendo uma mudança de paradigma nos objetivos e papéis de alunos e professores no ensino.

Na esteira das metodologias ativas de aprendizagem, a utilização de recursos digitais em sala de aula tem proporcionado resultados surpreendentes em todo o mundo.

Ela possibilita, principalmente, a personalização do ensino ao oferecer uma diversidade de conteúdos que dá a oportunidade de cada aluno explorar suas melhores facetas ― algo totalmente válido e esperado no processo de aprendizagem dos estudantes portadores de deficiência.

Se você chegou até aqui, deve estar refletindo sobre como as metodologias ativas são importantes para suas estratégias pedagógicas na promoção de um ensino mais efetivo e igualitário em sua escola. Mas se está em dúvida sobre como implantá-las definitivamente, acesse nosso infográfico de dicas de aplicação das metodologias ativas e tenha vários insights!

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