competencias socioemocionais

Competências socioemocionais: como desenvolvê-las nos alunos?

É sabido que o desenvolvimento de competências socioemocionais tem um papel definitivo na formação intelectual de uma pessoa, já que ter essas habilidades significa estar apto a lidar com emoções, objetivos e relações sociais no dia a dia. Nesse contexto, é possível aprender mais e melhor.

Isso se dá porque essas competências, também chamadas de não-cognitivas, estão em uma etapa anterior à aprendizagem. A preocupação, aqui, é a formação de um cidadão socialmente responsável, com maturidade para compreender o seu papel no mundo, e mais disposto a buscar pelos desenvolvimentos pessoal e profissional.

Nesse cenário, é possível criar um ambiente que estimule o estudante, melhore o seu desempenho e, consequentemente, reduza os índices de evasão em escolas e universidades. Pensando nisso, trouxemos, neste post, estratégias para implementar, desenvolver e avaliar a eficácia das competências socioemocionais em uma instituição de ensino. Confira!

Por que desenvolver as competências socioemocionais é tão importante?

A preocupação com o lado socioemocional do aluno já é institucionalizada no Brasil e está presente, inclusive, na proposta pedagógica da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ou seja, toda organização educacional, pública ou privada, deve estar adequada a esses princípios.

Isso não é por acaso, tendo em vista que o resultado de uma boa implementação de um programa de desenvolvimento dessas competências é comprovado em pesquisas feitas mundo afora.

Uma das mais relevantes foi realizada na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, em 2004. Na época, os norte-americanos implementaram um programa que desenvolvia habilidades socioemocionais por meio de jogos de raciocínio. Em poucos meses, foi possível notar um claro desenvolvimento na nota dos alunos participantes.

Também há resultados consistentes no Brasil. Em uma pesquisa realizada em 2011, pelo Instituto Mind Group — uma associação que investiga formas inovadoras de ensino —, foram implementadas metodologias para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Os resultados mostraram que a cooperação entre professores, pais e alunos pode gerar uma redução de situações de conflito e, consequentemente, proporcionar um salto de aprendizagem dos estudantes.

Como se vê, dados não faltam para comprovar a eficácia de se desenvolver, acompanhar e avaliar as competências socioemocionais. Contudo, o processo é bastante complexo. Afinal, como mensurar conceitos tão subjetivos como criatividade, pensamento crítico ou coragem?

Por mais difícil que seja, é preciso ter em mente que o processo de ensinar e aprender é uma questão de método. Por isso, é possível, sim, estabelecer critérios e analisar o resultado positivo ou negativo de uma ação pedagógica.

Quais são as competências socioemocionais que podem ser desenvolvidas?

Antes de entrarmos na questão do método de avaliação e do desenvolvimento dos alunos, é preciso dar um passo atrás para saber quais são as competências socioemocionais que podem ser desenvolvidas.

Apesar de ser um tema interdisciplinar, as pesquisas sempre as consideram como os elementos que, de alguma forma, permitem uma formação integral do aluno, como pensamento crítico, curiosidade, coragem e liderança. A lista é extensa e, por conta disso, estudiosos costumam adotar cinco dimensões. Veja:

  • estabilidade emocional;
  • amabilidade;
  • extroversão;
  • consciência; e
  • abertura a novas experiências.

Esses elementos têm como base a teoria do Big Five, bastante aplicada em pesquisas nas áreas de Pedagogia e de Psicologia, e são agrupados de acordo com as características de personalidade das pessoas.

Independentemente do tópico, os mecanismos para desenvolver, acompanhar e avaliar são, quase sempre, os mesmos. Partindo desse pressuposto, já é possível iniciar um programa de desenvolvimento das competências socioemocionais. Descubra, a seguir, como isso pode ser feito.

Como desenvolver as competências socioemocionais nos alunos?

Como fazer com que os estudantes sejam mais criativos? Ou como fazer com que uma turma tenha um pensamento crítico mais sofisticado? Apesar de serem grandes desafios, as instituições de ensino têm o espaço mais apropriado para criar oportunidades de desenvolvimento.

Afinal, é no convívio social, quando a troca de experiências por meio do diálogo é mais intensa, que a maior parte das emoções e frustrações humanas se manifestam.

Desse modo, o ponto de partida está na concepção do currículo, tendo em vista que é de onde são tiradas as principais orientações de ensino. Como o desafio de melhorar as competências não-cognitivas está relacionado à integração de várias esferas sociais, a busca por um currículo que ultrapasse os limites da sala de aula é um dos pilares desse desenvolvimento.

Apesar de terem o objetivo comum de ensinar, cada escola tem propósitos e desafio específicos. Nesse sentido, o líder de uma instituição pode ter como ponto de partida a missão da própria escola. Se o objetivo é o desenvolvimento de novos líderes ou de cidadãos com um alto grau de criatividade para o mercado de trabalho, as ações devem ser norteadas por esses valores.

A partir disso, o próximo passo é se reunir com professores e estudantes durante o processo de planejamento pedagógico para a proposição de iniciativas que podem surtir efeito na evolução das competências.

Os exemplos são inúmeros. Em uma encenação de teatro de uma peça da Grécia Antiga, é possível debater sobre dilemas éticos que contemplam questões que são discutidas desde o Ensino Fundamental até o Superior. Outro exemplo é montar um grupo de discussões acerca de temas atuais que trazem atores sociais externos para dentro da escola, a fim de fornecer meios para que os estudantes desenvolvam o pensamento crítico.

Como acompanhar o desenvolvimento?

Implementar é só o começo do desafio. O ambiente dinâmico das instituições de ensino tende a fazer com que as iniciativas ganhem ou percam força muito rápido.

Ideias que, em um primeiro momento, pareciam pequenas, podem tanto ganhar dimensões maiores quanto gerar sérios conflitos entre as partes envolvidas. O grande diferencial de uma iniciativa de sucesso, nesse caso, é a capacidade de os líderes acompanharem o cronograma de atividades e fornecerem subsídios para a sua ampliação ou adaptação.

Nesse sentido, uma excelente ferramenta para a manutenção e o desenvolvimento das iniciativas é a elaboração de projetos pedagógicos.

Por meio deles é possível propor indicadores de sucesso, como o número de atividades ou o público atingido, e um cronograma. Ambos, quando estão na responsabilidade de um gestor, ganham consistência e permitem com que o resultado das atividades seja positivo.

Como avaliar o resultado dos alunos?

Com um projeto que contempla indicadores e cronograma, a avaliação de ações que promovam o desenvolvimento de competências socioemocionais tem tudo para dar certo.

A partir dos dados, é possível promover discussões consistentes acerca do envolvimento do aluno com a escola e a melhoria do seu desempenho. Como essa análise é parte crucial do processo, é importante que ela seja feita com o mesmo rigor que as demais etapas. Por isso, é recomendável seguir pelo menos uma das iniciativas abaixo!

Faça reuniões de avaliação

A instituição deve inserir as reuniões de avaliação no cronograma acadêmico. Nelas, deve-se discutir os resultados e, principalmente, avaliar os pontos que são fundamentais para o desenvolvimento de um currículo adequado.

Utilize um sistema de avaliação

Para que as reuniões sejam produtivas, é preciso que esses dados estejam organizados. Uma análise baseada em um bom sistema de gestão acadêmica ajuda na tomada de decisões estratégicas, pois os mecanismos de controle de qualidade são observados com mais pertinência.

Converse com os alunos

Os estudantes precisam ter conhecimento dos resultados. Por isso, uma apresentação formal, um vídeo informativo ou uma boa conversa com os alunos consolida as iniciativas e garante a manutenção de novos projetos de desenvolvimento. Além do mais, deixar os pais cientes do desenvolvimento pode ser uma excelente estratégia para mantê-los próximos e interessados no processo de aprendizagem de seus filhos.

Agora que você sabe um pouco mais sobre como desenvolver competências socioemocionais dos seus alunos, que tal colocar em prática ou aprimorar os seus processos? Então, mãos à obra!

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