Entenda os impactos da Quarta Revolução Industrial na Educação!
A quarta revolução industrial mudará a forma como as pessoas se relacionam com o trabalho e alterará a maneira como interagem entre si, com as máquinas, com fornecedores e com clientes.
A velocidade, o alcance e os impactos nos sistemas produtivos são os três fatores que mostram como esse movimento não pode ser considerado uma mera extensão da terceira revolução industrial, mas um período de novas mudanças drásticas e transformadoras.
Para enfrentar esse novo momento histórico, as instituições de ensino precisarão adotar novas metodologias de aprendizado, baseadas em problemas, projetos e times. O modelo avaliativo deixará de ser pontual, hierárquico e puramente teórico e passará a ser constante, realizado pelos alunos e professores, baseado em comportamento, competência e habilidade.
Quer conhecer um pouco mais sobre a quarta revolução industrial e suas exigências de transformação das atuais práticas de ensino? Continue lendo e confira!
Como se caracteriza a quarta revolução industrial?
É impossível prever quais serão os desdobramentos causados por uma revolução. Aliás, as três revoluções industriais anteriores provocaram avanços, mas nenhuma delas foi completamente previsível ou linear.
Por exemplo, a primeira revolução aconteceu entre 1760 e 1830 e foi gerada pela mecanização dos processos manuais. A expectativa era de urbanização da população e de democratização do acesso a bens de consumo básicos, como sapatos. Mas isso só foi acontecer após 1850, quando houve a segunda revolução.
Nessa, boa parte das máquinas criadas na fase anterior foram extintas ou praticamente reinventadas por causa da eletricidade. A possibilidade de produzir em massa, durante 24 horas e a dificuldade de descentralizar a infraestrutura necessária para a transmissão da energia, urbanizou boa parte das nações.
Por fim, a terceira revolução aconteceu na metade do século XX e foi ocasionada pela chegada da tecnologia da informação, das telecomunicações e da eletrônica. Houve a globalização das economias e o incentivo ao consumo. Se nas fases anteriores, as indústrias tinham um mercado sedento por mercadorias e serviços, agora o marketing se tornava essencial para incentivar o consumo de uma marca, frente aos seus concorrentes.
Em todas essas 3 revoluções, o ser humano continuava exercendo um papel de destaque na operacionalização das máquinas, tomadas de decisão, execução de rotinas, interação com outras pessoas e análise de dados. Na quarta revolução industrial esses elementos estão mudando.
Agora, trabalhos operacionais repetitivos serão delegados a robôs e assistentes virtuais; as máquinas serão mais confiáveis para capturar, analisar e indicar as melhores alternativas frente a diversos problemas; até mesmo tarefas como falar, traduzir e interpretar já podem ser realizadas por programas baseados em Inteligência Artificial. O aprendizado de máquinas também substituirá o humano, parcialmente, na atividade de programar e corrigir falhas nos equipamentos usados na produção.
Quais serão os desafios apresentados pela educação na quarta revolução industrial?
O principal desafio para as instituições de ensino é deixar de transmitir conteúdos em prol de estimular a criatividade, a habilidade e a capacidade dos alunos de aprenderem e se relacionarem. Segundo a consultoria Ernst & Young, 1 em cada 3 postos de trabalho desaparecerão até 2025. O relatório Futuro do Trabalho, do Fórum Econômico Mundial, também prevê que 65% das crianças que entram na escola agora, devem trabalhar em profissões que ainda nem existem. Logo, um conteúdo muito útil hoje pode ser completamente dispensável nos próximos anos.
“As instituições de ensino deverão inserir os jovens com as habilidades requeridas pelo mercado. O papel do professor será muito casado com a aprendizagem ativa. Ele deverá ser um agente de aprendizagem e não um multiplicador ou narrador. As instituições também serão áreas de preparação daquelas pessoas que perderão espaço no mercado de trabalho e precisarão se recolocarem”, afirma Fábio Cespi, diretor do Lyceum Educacional.
Como a quarta revolução industrial exige a educação 4.0?
A Indústria 4.0 impactará profundamente a educação em 5 tendências que merecerão a atenção dos professores e das instituições de ensino:
O mercado de trabalho mudará
Se uma tarefa pode ser robotizada, então ela será! Por exemplo, segundo o Gartner, o uso de inteligência artificial acabará com 1,8 milhões de empregos no mundo, mas criará demanda para outras 2,3 milhões de pessoas. Deixando um saldo positivo de 500 mil vagas que exigirão novas competências para serem preenchidas.
Omni Learning será um hábito
Mais que segregar o momento de aprendizagem das tarefas cotidianas, a educação 4.0 será integrada e ininterrupta. A metodologia 70:20:10 será a tônica da quarta revolução industrial. Nela, 70% do aprendizado será decorrente de experiências próprias, 20% do relacionamento com os outros e 10% em cursos.
Por exemplo, poucas instituições de ensino estão atentas ao novo modelo de gestão dos negócios, no qual uma impressora 3D poderá substituir a necessidade de manter peças de reposição em estoque. Sempre que um item for necessário, ele poderá ser fabricado sem a necessidade de um fornecedor ou de longas esperas para sua entrega.
O mobile reforçará a tendência do Omni Learning
Obter e gerar conhecimento em qualquer local, circunstância ou hora do dia também será uma consequência dos avanços tecnológicos. O conhecimento será adequado às necessidades específicas de cada pessoa, pois estará sempre acessível e fácil de ser encontrado.
A colaboração será uma exigência
Criar conteúdos de maneira conjunta, de forma multidisciplinar e para resolver problemas específicos será mais valorizado que deter um conhecimento que pode ser facilmente pesquisado em um smartphone. Por isso, as capacidades de se adaptar, interagir, emocionar e colaborar serão mais valorizadas que os conhecimentos puramente técnicos.
A inteligência artificial nos dará aulas
Tutores virtuais, chatbots, aulas em realidade virtual, autodidatismo serão algumas das tendências apreciadas nas instituições de ensino do futuro. A curiosidade do aluno é que ditará seu ritmo de aprendizagem e programa de ensino.
Como preparar sua Instituição de Ensino para essa revolução?
Algumas práticas precisarão ser revistas nos próximos anos para deixar o ensino mais adequado às exigências da Indústria 4.0. Abaixo, listamos 3 tarefas básicas:
Revisão das estruturas curriculares
A clássica divisão dos cursos em semestres e disciplinas, com horários fixos de aulas e atitude passiva dos alunos frente às teorias apresentadas, precisará ser revisada. Mais que conhecer teorias e, em outro momento, colocá-las em prática, os cursos precisarão apresentar problemas, e, com o apoio dos professores, os alunos deverão encontrar meios e referenciais teóricos para superá-los.
Introdução da educação Just-in-Time
O novo processo de educação deverá migrar da transmissão de conhecimentos padronizados para a oferta de conteúdos personalizados para um aluno ou grupo de pessoas. O tempo de aprender deixará de ser fixo para atender demandas em qualquer hora e onde quer que o aluno esteja. Já o estudante não será passivo e exercerá protagonismo ao determinar quais temas são necessários para complementar seus conhecimentos.
Divisão do risco financeiro
Imagine cobrar um percentual do futuro salário de um engenheiro ou programador apenas quando ele conquistar seu primeiro emprego, isso seria inimaginável? Algumas instituições dos EUA já adotaram a prática. Dessa forma, a IES se compromete a formar os melhores profissionais, caso contrário, não receberá pelo período de estudo.
Além de incentivar a qualificação do ensino, essa prática pode reforçar os critérios seletivos dos candidatos e dividir o sucesso ou fracasso das pessoas com as instituições que a formaram.
Apesar de trazer desafios, a quarta revolução industrial garantirá aos professores e instituições de ensino um papel de destaque. Eles são facilitadores da troca de conhecimento e fomentadores de novas metodologias de aprendizagem. Mais que determinar currículos, serão acionados pontualmente para complementar conhecimentos, habilidades e atitudes.
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